Confirmando o disse no post anterior, o PSD é um partido frio e calculista e que não tem qualquer problema em dispensar militantes, autarcas ou seja quem for que lhes barre o caminho ou os seus objectivos. Se se faz isto com os seus, imagine-se o que poderá fazer com os outros!
Tanto é assim que, no momento de crise financeira e económica em que se vive, este partido continua a defender uma política anti-social-neoliberalista- em que o Estado deverá ter uma intervenção mínima em áreas que sempre lhe estiveram reservadas. Ora, este é precisamente o oposto aos princípios da esquerda, que defende o Estado social, um estado mais interventivo em áreas sociais e regulador dos mercados económico e financeiro.
Se recuarmos no tempo, temos um bom exemplo de quão importante é a intervenção do Estado no estado social e económico.
O Big Crash ou a Grande Depressão, ocorrida nos finais dos anos 20 do século XX, impulsionou, na altura, o nascimento de uma nova teoria económica, um novo paradigma que causou furor e grande polémica na época, dividindo o mundo em duas gerações: o antes e o após Keynes.
Esta crise social e económica para a qual as velhas teorias clássicas se mostraram completamente impotentes, afectou não só os Estados Unidos da América, onde se chegou a contar cerca de 13 milhões de desempregados, mas também o resto do mundo, especialmente a Europa. Esta crise foi considerada a maior e a primeira grande crise do capitalismo no século passado, sendo a súbita quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, o momento visível de uma crise, que já se arrastava desde a 1ª guerra e que só foi possível ultrapassar com a mudança de paradigma da economia.
Um dos aspectos da análise de Keynes, estava relacionado com a ausência de investimento e consequente entesouramento do dinheiro por parte dos capitalistas, quando estes antecipam uma quebra na procura. Esta situação, levou não só ao aumento do desemprego e à intensificação de lutas sociais, mas também, ao decréscimo do consumo ou “ propensão marginal do consumo” . Ele verificou que não eram as alterações dos preços, que mais afectavam o emprego e a produção, mas as alterações nas despesas com consequente redução no rendimento.
Quanto menor for o poder de compra, menos se consome, a produção é obrigada a baixar devido à crise na procura e, portanto, menos os capitalistas investem e mais se acentua o desemprego e assim sucessivamente. Era, por isso, segundo Keynes, necessário manter o equilíbrio entre o crescimento da procura e o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma a garantir o pleno emprego.
Quanto menor for o poder de compra, menos se consome, a produção é obrigada a baixar devido à crise na procura e, portanto, menos os capitalistas investem e mais se acentua o desemprego e assim sucessivamente. Era, por isso, segundo Keynes, necessário manter o equilíbrio entre o crescimento da procura e o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma a garantir o pleno emprego.
Keynes defendia, também, que o aperfeiçoamento do sistema capitalista de produção, deveria conjugar tanto o investimento privado como o investimento público , por causa dos problemas do mercado livre, ou seja, à desproporcionalidade existente entre a poupança e o investimento e as expectativas dos investidores. Para ele, era necessário unir o altruísmo social do Estado com os instintos do lucro individual. O Estado deveria, assim, tomar a iniciativa de assumir a procura, ser o elemento fundamental para dar a volta à crise e estagnação instaladas, com despesas de investimento para fins públicos. Ao encomendar grandes obras públicas e estimular determinados projectos privados, o Estado levaria à dinamização do sector privado e, ao empregar gente nessas obras, acabaria por fazer diminuir também, a elevada taxa de desemprego. Desta forma , os mecanismos económicos começariam a girar, levando à saída da crise e a um regime de pleno emprego, pois voltaria a restabelecer-se a confiança no futuro. Esta confiança no futuro seria essencial para que o capitalista voltasse a investir voluntariamente rompendo com o equilíbrio do subemprego
O papel do Estado tornou-se fundamental, embora com alguns custos, como o aumento da inflação e do déficit público, no entanto, este foi um preço muito baixo a pagar para a saída de tão grave crise.
O papel do Estado tornou-se fundamental, embora com alguns custos, como o aumento da inflação e do déficit público, no entanto, este foi um preço muito baixo a pagar para a saída de tão grave crise.
Claro que hoje existem circunstâncias e factores bem diferentes aos de 1929, no entanto, alguns economistas actuais, defendem alguns princípios desta teoria Keynesiana, para resolver esta crise, que está directamente relacionada com a falta de regulamentação dos mercados finaceiros e a diminuição do papel dos Estados em sectores como a saúde e segurança social.
Não é nada disto o que defende o PSD, então é legítmo perguntar: é o PSD e a sua política que vamos querer para os próximos quatro anos?
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