terça-feira, 25 de agosto de 2009

FLORES DO MEU JARDIM

A Cor nada significa !!!
Um poema feito de flores"
"As flores serão poemas
os poemas serão beijos
os beijos serão palavras
E as palavras serão poemas.
Poemas que escreverei hoje,
Amanhã,
Ontem
E sempre.
Num passado já tarde, mas jamais
esquecido.
Num futuro igual a hoje
Porque hoje há amizade
Porque hoje existe
E hoje será para sempre..."
Amália Lopes

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

AS PALAVRAS

AS PALAVRAS

São como um cristal,
as palavras.
Algumas,um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam;
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta?
Quemas recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade (CORAÇÃO DO DIA)

domingo, 16 de agosto de 2009

Os portugueses nos Mundiais de Berlin-2009

Vera Santos, a marchadora de Rio Maior, classificou-se hoje em 5º lugar nos 20 km marcha em Berlin, com a marca de 1h30'35". Com ela terminaram também a Susana Feitor, na 10ª posição com o tempo de 1h32'42" e a Inês Henriques, que apesar de lesionada, conseguiu terminar em 11º lugar com o tempo de 1h32'51".
A vencedora da prova de marcha feminina foi a Russa Olga KANISKINA com 1h28'09". No sector masculino, o João Vieira consegiu, também, um bom resultado ao classificar-se em 10º com o tempo de 1h21'43.
Já se expectivava uma boa participação das marchadoras portuguesas, considerando os resultados obtidos por estas atletas até ao momento, mas, estes equenos triunfos, enchem-nos sempre de satisfação quando acontecem. Espero que mais este conjunto de bons resultados, sirva também, para que uns e ouros po aí, reflictam sobre o que é e onde deve ficar a marcha no seio do atletismo. Esta modalidade não pode continuar a ser marginalizada da forma como está a ser e, muio menos, "apagada dos evenos desportivos, como é desejo de alguns "intelectuais".
Tal como disse anteriormente, esperam-se boas participaçoes de alguns atletas portugueses e o Rui Silva, uma das esperanças da nossa comitiva, consegiu o apuramento para as meias finais dos 1500 m a realizarem-se dia 17/08. Também o Nelson Évora, no seu primeiro ensaio a 17m 44cm, ficou apurado para a final do triplo salto a realizar-se dia 18/08. A Inês Monteiro, nos 10 000 m, fez o tempo de 30'25"67s, classificando-se em 10º lugar mas sendo a primeira europeia a cruzar a meta. A prova foi ganha pela Keniana Linet MASAI que percorreu a distância em 30'51"43s.
Não poderia deixar de registar aqui também o novo recorde do mundo nos 100 m planos masculinos, o seu autor: o grande Usain BOLT da Jamaica. Este senhor conseguiu percorrer os 100 metros em 9"58 centéssimos, tornando-se o homem mais rápido do planeta até agora.
Foi uma maravilha ver esta prova.
Não há futebol que bata esta emoção...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Abstenção eleitoral (continuação)

Porque se abstêm os eleitores?
Esta é uma das primeiras perguntas que surge, com toda a certeza, na mente de muita gente quando, após um acto eleitoral, se verifica que afinal apenas uma pequena percentagem de cidadãos eleitores decidiram exercer o seu direito de voto. A abstenção tem sido um fenómeno de carácter crescente em Portugal após o 25 de Abril de 1974, no entanto, foi a partir das legislativas de 1999 e das presidenciais de 2001, em que os níveis de abstenção alcançaram valores recorde, que o debate público surgiu trazendo com ele, algumas preocupações e a indispensável interpretação ou explicação para esta manifestação, aparente, de desinteresse popular pelo acto de votar.
Os mais optimistas, poderão pensar que esta atitude será apenas uma demonstração de “confiança da população na capacidade do sistema político para resolver os principais problemas da sociedade em causa” como diz Manuel Vilaverde Cabral, ou que “se os indivíduos não votam, é porque se consideram satisfeitos com o normal funcionamento das instituições e as decisões das elites políticas” como afirma José Manuel Leite Viegas, e que, na sociedade Americana, é justificação para as elevadas taxas de abstenção.
Mas será efectivamente esta a causa? A identificação “política - partidária”, o “envolvimento associativo e atitudes sociais”, o “interesse na política”, a “confiança nas Instituições” ou a “trajectória de vida dos indivíduos” constituem um grupo de algumas dimensões, frequentemente apresentadas, como explicativas do fenómeno. Mas será que elas são também válidas para a explicação do fenómeno da abstenção em Portugal?
A ser assim, a conclusão seria de que quanto maior for o envolvimento dos indivíduos, com valores e atitudes políticas, principalmente a “identificação partidária”, maior é a sua propensão para a participação eleitoral. Outro factor importante a deduzir também, e apontado como justificativo para uma atitude eleitoral participativa por parte do eleitorado, (apesar dos condicionalismos sócio-demográficos) seria a confiança do indivíduo de que, com o seu voto, poderia ter uma influência real sobre a tomada de decisões políticas.
Contrariamente ao acima referido, a não participação eleitoral e abstenção estaria mais associada a factores condicionantes e indicadores de desintegração social como são as variáveis “isolamento”, “ velhice”, “desemprego” e “baixa escolaridade” .
Será que é isto o que nos indicam as estatísticas?
Será que deveremos estudar a abstenção em Portugal usando apenas estas variáveis?
Pessoalmente, creio que não e o chamado "conhecimento de senso comum" indica algo mais também.
(continua)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Thats live!

" A Morte não é a maior perda da vida.
A maior perda da vida é o que morre dentro de nós
enquanto vivemos"

(Normam Cuisins)

Campeonatos do Mundo - Berlim de 15 a 23 Agosto


Tem início no próximo dia 15 de Agosto, em Berlim, os Campeonatos do Mundo em pista ao Ar Livre. Mais uma vez, irão estar reunidos os melhores atletas do mundo e Portugal, marcará presença neste campeonato, com 30 atletas, alguns deles também campeões como é o caso do Nelson Évora e Naíde Gomes. Para além destes dois, que nesta altura são dos atletas portugueses, aqueles que mais mediatização protagonizam, relembramos outros, como o Rui Silva, que irá correr os 1500m, o Francis Obikwelo que irá fazer a estafeta 4x100m, Jéssica Augusto nos 3000m, o João e o Sergio Vieira nos 20 Km marcha, o Antonio Pereira e o Augusto Cardoso nos 50km marcha, a Vera Santos, Inês Henriques e Susana Feitor nos 20 km marcha. Ao todo, a comitiva portuguesa, fará representar-se por 17 atletas masculinos e 13 femeninos, sendo o meio-fundo e fundo, o que conta com o maior número de atletas.
As esperanças recaiem sobre os saltadores, Nelson Évora e a Naíde Gomes, mas, Rui Silva também é um forte candidato nos 1500 m, pois está a atravessar um grande momento de forma.
Gosto muito de atletismo, mas tenho um carinho especial pela marcha, por razões óbvias, por isso, não posso deixar de lembrar que os nossos marchadores também têm grandes possibilidades de conseguir bons resultados neste mundial. Além dos bons resultados que vão obtendo em Portugal e no estrangeiro, é preciso não esquecer que são atletas que já estiveram presentes nos Jogos Olpímpicos, alguns apenas em Pequim, mas outros, como a Susana Feitor, já marcaram presença noutras edições anteriores dos Jogos Olímpicos participação nuns Mundiais e esta será a sua 10ª. Em Pequim 2008, alguns deste atletas, obtiveram resultados excelentes para a marcha portuguesa. O Augusto Cardoso e António Pereira, atletas madores, participaram nos 50 km, tendo o Antonio batido o recorde nacional nesta distância fazendo o trempo de 3h48'12" horas. A Susana Feitor, a nossa maior marchadora de sempre, possui o palmarés que todos nós conhecemos. O João e o Sérgio Vieira, também presentes em Pequim, obtiveram o 32º e 45ª lugar e a Vera Santos obteve o 10º lugar nos 20km, percorrendo esta distância numa 1h28'14".
Não podemos ambicionar ter 30 campeões, mas, cada um é já um campeão pela força, pelo trabalho, pelo empenho, pela determinação e pela abdicação a que se impõem na vida e no seu dia-a-dia, para conseguirem chegar mais longe.
Boa sorte a todos os nossos atletas.


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ainda não é para todos...

Nunca se falou tanto em acessibilidades e igualdade de oportunidades como actualmente, no entanto, para prejuízo daqueles que seriam efectivamente os beneficiados, parece que é mesmo só falar. E não estou apenas a referir-me às pessoas com deficiência física ou dificuldade de locomoção, estou a pensar em todos os cidadãos que, por necessidade profissional e/ou outras, necessitam deslocar-se ou utilizar os meios de transporte público.
O metropolitano de Lisboa é um bom "mau exemplo" disto. Todos os dias ando de metro e todos os dias penso o mesmo: as pessoas com deficiência física, mães com carrinhos de bébé e simples cidadãos que carregam bagagem, não podem utilizar o metro, porque simplesmente, não existem rampas de acesso às estações do metro. De quando em vez, lá se vê um ou uma aventureira a subir ou a descer escadas com o carrinho e bébé nos braços ou a puxar grandes malas de viagem, mas além de ser raro, é constrangedor para quem vê. É lamentável observar o quanto este pequeno pormenor, limita, não apenas, a acessibilidade, mas também, a igualdade de oportunidade a todos os cidadãos, de utilização de um meio de transporte público e nada foi feito ainda, mais que não fosse para dar cumprimento à lei.
Será que o Decreto-Lei N.º 163/2006 de 8 de Agosto é só para alguns cumprirem? Não existe fiscalização neste país? é porque está à vista de qualquer um e mais público que isto não há.

domingo, 9 de agosto de 2009

"Façam o favor se ser felizes" - Raul Solnado

A "história da guerra" contada por Raul Solnado é uma daquelas memórias de criança que recordo sempre com um grande sorriso. Durante anos, fez parte dos pedidos de muitos ouvintes, do antigo programa de Matos Maia "Quando o telefone toca" emitido pelo Rádio Clube Português e do qual eu era fã incondicional. Lembro-me que esta história passava várias vezes durante a semana e nunca me cansava de a ouvir e, ainda hoje, me faz rir.
Não conheci o Raul Solnado enquanto pessoa, mas segui o seu percurso enquanto actor e apresentador de televisão e só posso dizer que foi um grande senhor nos dois papeis. A imagem que guardo está sempre relacionada com boa disposição, humor e divertimento.
Segundo ouvi, de algumas pessoas que com ele conviviam, o Raul chegou a dizer que gostaria de que, quando morresse, fosse escrito na lápide da sua campa esta frase" Aqui jaz Raul Solnado, mas contrariado!"
Penso que este seria o lema da sua vida.
Até sempre!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Joana Vasconcelos, mais uma campeã portuguesa

Joana Vasconcelos a atleta, não a artista plástica, sagrou-se Campeã Mundial de Juniores nos 500 m em canoagem no último fim de semana, depois de já ter conquistado, este ano em Pozna – Polónia - o título de Campeã Europeia.
Esta atleta, que é até ao momento, a melhor atleta nacional da modalidade, é mais uma a juntar ao grande número de outros atletas portugueses que, defendendo as cores nacionais ou clubes portugueses, têm demonstrado pelo mundo fora, que afinal, o desporto não é só o futebol, e, estas modalidades e os seus praticantes, quer sejam amadores quer sejam “profissionais”, assim o têm demonstrado muito bem.
Sem precedentes no futebol nacional, uma boa parte das modalidades desportivas praticadas e desenvolvidas no nosso país, têm obtido e prestigiado Portugal, com excelentes resultados e muitas alegrias, o que, e comparando com as condições financeiras e de equipamentos, (para não falar de outras) dadas ao futebol e aos seus actores, não são comparáveis, nem no investimento, nem nos resultados, nem sequer no seu essencial, o desporto. Aliás, qualquer outra modalidade é mais representativa daquilo que deve ser o desporto, do que o chamado “ desporto Rei”, que frequentemente nos brinda com cenas de violência, quer entre os adeptos, quer entre os futebolistas, quer entre futebolistas e árbitros, quer entres estes últimos e os adeptos, enfim, cenas mais próximas de batalhas de guerra que outra coisa. Pior que isto, só os elevadíssimos recursos económicos envolvidos na modalidade, que além da de proporcionar e alimentar a corrupção, a extravagancia, a opulência e outros valores pouco nobres, deveriam envergonhar os envolvidos, pois muitos há pelo mundo fora, que nem dinheiro para satisfazer as necessidades básicas como comer e beber, possuem. Parabéns à Joana e a todos os outros atletas de Portugal.

PSD, um partido frio e calculista

Confirmando o disse no post anterior, o PSD é um partido frio e calculista e que não tem qualquer problema em dispensar militantes, autarcas ou seja quem for que lhes barre o caminho ou os seus objectivos. Se se faz isto com os seus, imagine-se o que poderá fazer com os outros!
Tanto é assim que, no momento de crise financeira e económica em que se vive, este partido continua a defender uma política anti-social-neoliberalista- em que o Estado deverá ter uma intervenção mínima em áreas que sempre lhe estiveram reservadas. Ora, este é precisamente o oposto aos princípios da esquerda, que defende o Estado social, um estado mais interventivo em áreas sociais e regulador dos mercados económico e financeiro.
Se recuarmos no tempo, temos um bom exemplo de quão importante é a intervenção do Estado no estado social e económico.
O Big Crash ou a Grande Depressão, ocorrida nos finais dos anos 20 do século XX, impulsionou, na altura, o nascimento de uma nova teoria económica, um novo paradigma que causou furor e grande polémica na época, dividindo o mundo em duas gerações: o antes e o após Keynes.
Esta crise social e económica para a qual as velhas teorias clássicas se mostraram completamente impotentes, afectou não só os Estados Unidos da América, onde se chegou a contar cerca de 13 milhões de desempregados, mas também o resto do mundo, especialmente a Europa. Esta crise foi considerada a maior e a primeira grande crise do capitalismo no século passado, sendo a súbita quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, o momento visível de uma crise, que já se arrastava desde a 1ª guerra e que só foi possível ultrapassar com a mudança de paradigma da economia.
Um dos aspectos da análise de Keynes, estava relacionado com a ausência de investimento e consequente entesouramento do dinheiro por parte dos capitalistas, quando estes antecipam uma quebra na procura. Esta situação, levou não só ao aumento do desemprego e à intensificação de lutas sociais, mas também, ao decréscimo do consumo ou “ propensão marginal do consumo” . Ele verificou que não eram as alterações dos preços, que mais afectavam o emprego e a produção, mas as alterações nas despesas com consequente redução no rendimento.
Quanto menor for o poder de compra, menos se consome, a produção é obrigada a baixar devido à crise na procura e, portanto, menos os capitalistas investem e mais se acentua o desemprego e assim sucessivamente. Era, por isso, segundo Keynes, necessário manter o equilíbrio entre o crescimento da procura e o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma a garantir o pleno emprego.
Keynes defendia, também, que o aperfeiçoamento do sistema capitalista de produção, deveria conjugar tanto o investimento privado como o investimento público , por causa dos problemas do mercado livre, ou seja, à desproporcionalidade existente entre a poupança e o investimento e as expectativas dos investidores. Para ele, era necessário unir o altruísmo social do Estado com os instintos do lucro individual. O Estado deveria, assim, tomar a iniciativa de assumir a procura, ser o elemento fundamental para dar a volta à crise e estagnação instaladas, com despesas de investimento para fins públicos. Ao encomendar grandes obras públicas e estimular determinados projectos privados, o Estado levaria à dinamização do sector privado e, ao empregar gente nessas obras, acabaria por fazer diminuir também, a elevada taxa de desemprego. Desta forma , os mecanismos económicos começariam a girar, levando à saída da crise e a um regime de pleno emprego, pois voltaria a restabelecer-se a confiança no futuro. Esta confiança no futuro seria essencial para que o capitalista voltasse a investir voluntariamente rompendo com o equilíbrio do subemprego
O papel do Estado tornou-se fundamental, embora com alguns custos, como o aumento da inflação e do déficit público, no entanto, este foi um preço muito baixo a pagar para a saída de tão grave crise.
Claro que hoje existem circunstâncias e factores bem diferentes aos de 1929, no entanto, alguns economistas actuais, defendem alguns princípios desta teoria Keynesiana, para resolver esta crise, que está directamente relacionada com a falta de regulamentação dos mercados finaceiros e a diminuição do papel dos Estados em sectores como a saúde e segurança social.
Não é nada disto o que defende o PSD, então é legítmo perguntar: é o PSD e a sua política que vamos querer para os próximos quatro anos?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O PS Bombarral e as autárquicas 2009

É muito corrente ouvir-se que o povo tem boa memória, e essa parece ser a esperança do partido socialista do Bombarral, mas na realidade, não sei se posso concordar com a ideia de que os bombarralenses têm boa memória. Caso assim fosse, não se andava à cerca de duas dezenas de anos a votar PSD. Daí que, ou não se recordam realmente da gestão desastrosa do Albuquerque Álvaro, que já era acompanhado nessa altura por outros indivíduos bem nossos conhecidos e actores da actual Câmara, como é o próprio presidente, cujos efeitos da má governança e gestão andamos todos nós a pagar; ou então, têm memória curta, porque nem quero acreditar numa terceira hipótese, a de que gostaram. Vou, portanto, mais pela memória curta, porque é evidente que perante tudo o vem acontecendo nesta Câmara e com a gestão PSD, que resultou, como se sabe, no endividamento brutal da autarquia, no desleixo total do concelho e dos seus cidadãos e pelo seu desenvolvimento, continuam eleições após eleições a votar no mesmo partido...só posso e quero acreditar que seja mesmo por falta de memória. Mas temos que ser realistas e enfrentar o facto de que o PS do Bombarral, para além da questão da memória, acumulou muitas falhas desde as últimas eleições autárquicas, cujo preço, pode vir a ser pago no próximo mês de Outubro.
E começando pela questão da memória:
Primeiro – O PS foi autarquia há muitos anos, e seguindo esta linha de raciocínio, o povo já esqueceu, à muito, o que foi ter uma Câmara com gestão socialista;
Segundo - Como o PS não está no poder há muitos anos não existe memória e o último pelouro PS foi o que foi.
Terceiro - O actual candidato à Câmara, o Jorge Gabriel Martins, que foi também o último candidato e que esteve muito próximo de vencer, - que desde a noite das eleições e durante os três anos e meio seguintes - sempre disse não voltar a ser candidato; Depois temos aquele que, durante três anos e meio, sempre quis ser candidato, mas que nunca o disse abertamente e quando se apresentou como disponível para tal, já era tarde! Tiram-lhe o tapete e lá foi ele…Ou seja, para todos os efeitos, só se aflorou a problemática do candidato do PS passados três anos e meio.
Temos ainda o abandono do próprio partido socialista e do candidato, para com o concelho e para com todos os que trabalharam e se empenharam na campanha de 2005. Raramente os membros da concelhia do PS - e muito menos o candidato - apareceram em eventos públicos - com excepção para o que queria ser candidato, o Fialho Marcelino e o Bruno Santos - contactaram os cidadãos do concelho ou promoveram o que quer que seja que desse continuidade ao trabalho que foi desenvolvido durante a campanha. De lembrar que desse trabalho, resultou não apenas a conquista de 3 vereadores para a Câmara Municipal e o melhor resultado de sempre do PS, como também, promoveu o envolvimento de muita gente deste concelho na campanha eleitoral e na luta pela vitória do Jorge Gabriel, e que ficou esquecida durante estes últimos três anos e meio.
O sentimento que ficou para muitos daqueles que tanto trabalharam nas últimas eleições autárquicas de 2005, é de que o PS desapareceu e que agora, que precisam de gente novamente para trabalhar, lá vêm bater outra vez à porta.
Mas, para mim, o maior erro do PS Bombarral, foi o não aceitar o pelouro oferecido pelo ainda presidente da Câmara, Luís Duarte (que nem cheguei a saber qual era). Sabemos que este Sr. é “manhoso”, mas, esta circunstância seria agora uma bela arma de arremesso. No meu entender, nem que fosse um pelouro de “limpar casas de banho públicas” seria de aceitar e fazer esse trabalho o melhor e o mais responsável possível e hoje o PS teria trabalho para apresentar aos eleitores. Assim, o que existe é uma mão cheia de nada, nem sequer o pretexto de que, se não foi feito um bom trabalho foi porque a maioria PSD não deu condições para tal. Para uma parte dos eleitores deste concelho, o que ficou em memória é que o PS recusou um pelouro oferecido pelo partido vencedor, ou seja, que recusou trabalhar em prol do concelho. A ideia que está instalada e que ficou retida, (gostaria de estar completamente errada) entre as pessoas, os eleitores deste concelho, é de que o PS é o partido da oposição e que nada ou pouco fez . E, como diz o povo, " é preferível arriscar no que já se conhece, do que no que não se conhece".
Todos nós conhecemos o actual presidente e sabemos que não aceita sugestões do PS, pois vem logo com o argumento de que ele é que é o presidente, ele é que ganhou e ele é que manda; se a oposição não faz sugestões, vem queixar-se na comunicação social, que a oposição, e neste caso o PS, só critica, põe entraves e não faz nada.
Dizem os “experts” da “política”, e eu segundo esses mesmos “experts” não percebo nada de “política”, que quem ganha é que deve governar sozinho, a oposição é só isso mesmo, oposição, o papel da oposição não é dar ideias, não é governar a autarquia. Pois, tudo certo! mas na campanha, fizeram-se promessas aos eleitores, colocaram-se os cidadãos e os interesses do concelho em primeiro lugar, conquistaram-se três vereadores, tantos como os do PSD, e no fim o que é que foi feito para o interesse do nosso concelho ou interesse desses cidadãos, que votaram e acreditaram no PS? O que aconteceu foi o “nim”, pois raramente se teve a coragem de ser favorável a alguma boa proposta para o concelho. Ficou-se pela confortável mas inepta abstenção, que não quer dizer coisa nenhuma, ou melhor, quer dizer que a “ política” se interpõe entre os interesses partidários e os interesses reais das pessoas e do concelho. “Dar a mão à palmatória” não está na agenda política dos partidos, e nesta matéria, como é óbvio, funcionam todos da mesma maneira.
A acrescentar a tudo isto, é notório que o PSD não tem “apelo nem agravo” por nenhum autarca, caso exista a possibilidade de não vencer eleições. Já vimos isso acontecer no passado com o Albuquerque Álvaro, e neste momento, a cena voltou a repetir-se com o Luis Duarte, ou seja, nem sequer correm o risco de poder perder, por isso apresentaram já outro candidato. E o Partido Socialista do Bombarral, não teve visão estratégica, nem para dar continuidade ao bom trabalho iniciado em 2005, nem teve a “humildade” ou visão calculista sobre o futuro, para perceber que para ganhar eleições não chega apresentar um candidato com um bom perfil, ser uma pessoa de bem, ser um bom profissional, um cidadão exemplar, um bom chefe de família, apresentar boas ideias e ter o dom do discurso.
O trabalho a fazer passará, certamente, por falar a verdade, fazer compromissos credíveis e sustentáveis com os eleitores, dar esperança às pessoas, aproxima-las e envolve-las nos projectos da autarquia.
Podem voltar a dizer que este é um discurso ou uma visão naíve da política, mas já está mais do que provado que o modelo utilizado até agora está cheio de falhas e a cada ano que passa, resulta cada vez menos. É isso o que no diz os valores ascendentes da abstenção eleitoral e, por este caminho, não tarda muito e andam só os políticos a votar. Uns nos outros!
Ganhar eleições é um trabalho a médio e longo prazo e, se não se dá continuidade ao que se começa, quando se recomeça … volta-se ao ponto de partida, é como se começasse tudo de novo e o esforço para vencer a batalha terá que ser maior. Caso queiram ganhar realmente as eleições, oiçam os motivos porque os eleitores não gostam dos ”políticos” e da “política”, para enxergar o que andam a fazer de errado.
Existe muita esperança na eleição do Jorge Gabriel e espero, sinceramente, que as gentes deste concelho, se encontrem na pujança máxima da sua memória no momento de votar.
O Bombarral precisa que aconteça a verdadeira mudança.

domingo, 2 de agosto de 2009

... e cá vai mais uma politiquice à portuguesa

Não consigo perceber o porquê desse gastar de tanta tinta e tanto tempo a falar de algo que deveria ser absolutamente normal, convidar alguém para fazer parte de uma lista, mesmo que seja por um partido diferente. Quanto mais pedir a demissão de Paulo Campos. Anda tudo doido ou quê?
Como disse há dias, volto a repetir novamente, a "política" é que estraga tudo, pois se o objectivo fosse a política na sua essência, administrar o bem comum, ninguém acharia tão escandaloso juntar num grupo pessoas de vários quadrantes ou ideologias políticas.
No entanto, do meu ponto de vista, existe aqui assunto para reflexão. Qual foi a intenção da menina Joana Amaral Dias de divulgar um convite, que segundo a própria foi feito por telefone e informalmente, se o declinou? Porquê só veio a público uma semana depois de lançar a “bomba”, para falar sobre o assunto? Várias respostas passaram pela minha cabeça e a primeira delas está inclinada para o espírito bloquista, enraizado na menina. Fazer escândalo e muito barulho à volta de um qualquer assunto, só por puro protagonismo. Uma segunda hipótese passaria pelo dito protagonismo, mas num outro sentido, dar uma"chapada sem mão" ao Sr. Louça. Imaginem, os pontos que esta senhora não acrescentou ao currículo. É que este tipo de guerrazinha política é mesmo a cara do Louçã e do BE e o Louçã dispensou-a. Que chatice!
Mais uma polítiquice da política portuguesa.
À falta de melhor...mais valia irem coser meias.