Cinco anos após a sua morte, Sophia de Mello Breyner Andresen, continua a ser recordada, não apenas como poetisa e escritora mas também como uma mulher que lutou pela liberdade, pela justiça e pela democracia em Portugal.
A Câmara Municipal de Lisboa homenageou Sophia de Mello Breyner Andresen e presenteou Lisboa com o seu busto e uma placa toponínica com o nome da autora. Quem visitar o miradouro da Graça, sabe que está num dos locais preferidos de Sophia.
Recordando um pequeno poema, aqui deixo a minha homenagem.
A Forma Justa
Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino —
Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo
Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
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