sábado, 20 de fevereiro de 2010

Crónica de um País asfixiado...de democratas

O conflito entre governo e comunicação social, tornou-se o centro de todas as atenções, preocupações, discussões, debates, e opiniões e, o país, um palco do “acho que”, onde todos são abonadores da moral pública e juízes nacionais, com principal incidência para a imprensa. Mas, se a imagem dos políticos e da política se tem vindo a degradar desde o 25 de Abril de 1974, o que temos vindo a assistir na praça pública, nos últimos meses, não apenas aprofunda essa imagem como afasta, cada vez mais, os cidadãos deste país de uma postura de cidadania activa e de interesse pela actividade política. Para os distraídos, relembro que estamos a braços com graves problemas económico-sociais que afectam o dia-à-dia de milhares de famílias portuguesas, o tecido produtivo-económico nacional, a sustentabilidade económica do nosso país e a credibilade de Portugal no contexto Internacional.
Tornou-se “normal” ouvir e ler-se, nos diferentes meios de comunicaçao social, que em Portugal se está viver uma “asfixia democrática”, que não existe “liberdade de expressão” e que o governo, na pessoa do primeiro ministro de Portugal, está empenhado, não apenas na aniquilação de um direito constitucional do nosso Estado Democrático como, pior, está a desenvolver um plano de destruição do Estado de Direito.
Se são apontadas ao governo, membros do governo e outros, irregularidades de governação e, se os políticos são apontados por corromperem valores da Democracia e do Estado de Direito, contribuíndo, desta forma, para o conflito que temos vindo a assitir, a verdade é que a comunicação social não fica isenta de culpas. Os jornalistas e imprensa jornalística, que se arrogam como juízes deste Estado de Direito e que vivem do sensionalismo criado à custa de crimes, como a divulgação de processos judiciais sigilosos, que citam fontes anónimas e do “diz que disse” como base de sustenção da divulgação das suas notícias, não estão só a devassar o governo, pessoas e políticos como estão, igualmente, a desmoralizar o nosso país, precisamente porque usufruem do direito de liberdade de expressão.
Agora imagine-se o primeiro ministro de Portugal a insultar os jornalistas da forma como o Dr. Alberto João Jardim o faz publicamente, ou então, como escreve Luis Calisto (Director do Diário de Notícias da Madeira) o governo da República, em vez de “querer já tivesse comprado a TVI, alimentando-a com dinheiros públicos e proibindo a estação de divulgar a opinião de políticos não PS, reservando toda a antena para quem obedece ao regime rosa , tal como Jardim faz aqui com o Jornal da Madeira, dispensando-se de guardanapo? Ou se Sócrates suportasse financeiramente um qualquer Jornal Nacional como o faz o Governo Regional, que além de financiar o Jornal da Madeira é também o único que recebe toda a publicidade institucional e é onde o Dr. Jardim tem uma coluna de opinião várias vezes por semana?”
Onde estão, então, os defensores da liberdade de expressão na Madeira? Não me lembro de ouvir uma frase ou ver escrita uma linha de nenhum ilustre defensor do Estado de Direito, a indiganada oposição e jornalistas do continente, sobre a “asfixia democrática” na Madeira. Indo mais longe na imaginação e seguindo a linha das opiniões e indiganação dos partidos da oposição e de certos jornalistas sobre os acontecimentos aqui no continente, diria que a Madeira estaria neste momento a viver um outro 25 de Abril, no mínimo!
Na minha opinião, o aproveitamento deste conflito, por parte da oposição, evocando o superior interesse dos cidadãos, e do país, se não fosse uma demonstração degradante e triste da actual amoralidade política, até seria uma piada de sucesso garantido para um qualquer talk show nacional. É que, no momento de grave crise económica, em que o governo está obrigado a produzir um Orçamento de Estado de conteção de despesa e a apresentar à União Europeia um programa de Estabelidade e Crescimento credível, com o objectivo de não levar Portugal à “banca rota”, assistimos incrédulos a esta coisa estraordinária: os partidos à esquerda e à direita do governo, minoritário, coligam-se, indo contra as suas bases ideológicas, e obrigam, esse mesmo governo, a reduzir a receita e a aumentar a despesa.
Mais impressionantre ainda é ouvir o Dr. Alberto João Jardim apelar a essa mesma coligação. Imagine-se um governo de coligação entre Manuela Ferreira Leite, Paulo Portas, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa.
É de risos!!! Os Gato Fedorento não fariam melhor.
Entretanto os portugueses vão assistindo, diáriamente e desconfortávelmente, a um desfilar de acusações, de desmentidos, de julgamentos públicos, de vitimizados, de acusadores e de juízes. Um “lavar de roupa suja” que apenas tem vindo a revelar a premiscuidade instalada entre os difentes poderes e entre estes e as Instituições do Estado. Um espectáculo deprimente em que os protagonistas (aqueles em quem devíamos confiar para velar, actuar e defender os princípios da democracia) mais não têm conseguido do que aprofundar a describilidade, a confusão, o desalento e a desconfiança e, o pior, o total desmonoramento do nosso Estado Democrático.
Senhores políticos, Portugal precisa ser governado pois os problemas da vida real continuam à espera. Haja alguém se lembre!!

Sem comentários:

Enviar um comentário