A televisão é, sem dúvida, o meio de comunicação mais popular, o mais abrangente e aquele que produz efeitos imediatos junto do público. Isto acontece, não apenas porque a televisão reproduz de forma mais rápida a actualidade informativa mas, também, porque diminiu o tempo de reação, dado que as mensagens transmitidas são mais curtas e a imagem tem, como dizem alguns críticos literários, um efeito de real, de poder fazer ver e fazer crer no que se faz. Segundo escrevia Pierre Bourdieu, “esta potencialidade e vocação tem efeitos de mobilização”.
Ora, sendo a imagem, a mensagem mediática mais poderosa é, por isso, aproveitada também como forma de dar visibilidade aos governantes e líderes políticos. Ao expressar-se através da televisão, o político consegue alcançar um vasto público e sendo este diverso, do ponto de vista sociocultural, a mensagem política tem que ser construída de forma a chegar e ser interpretada por todos. Uma das formas de alcançar todo esse público é através do empobrecimento do discurso, da repetição da mensagem e do recurso a vocabulário repetitivo. Outra forma é a recorrência aos mesmos critérios de marketing ou a produção da política espectáculo, que permite unir a imagem ao discurso, despertando nos receptores, determinados sentimentos, como o de intimidade ou de estar a assistir a um espectáculo, que acabam por desviar, esse mesmo público, da reflexão sobre os problemas políticos e sociais. Ora, esta forma de actuação, não apenas limita o esclarecimento dos factos mas tem também, como consequência, a descontextualização dos problemas e o encobrimento de algumas dificuldades organizacionais.
Então diria que carácter populista da televisão ou do jornalismo popular que, aparentemente, pretende ser uma forma de ligar ao processo democrático as pessoas pouco interessadas nas questões públicas e interesses políticos, parece, no entanto, implicar diferentes compreensões sobre o que é a democracia, dando origem a divergentes pontos de vista acerca do que afinal a democracia exige dos media ou da comunicação social. Este tipo de jornalismo, que se caracteriza pela personalização, simplificação e focagem na acção faz das notícias histórias acessíveis e envolventes. Ou seja, faz-se uma cobertura das notícias altamente selectiva, porque as pessoas não têm grande interesse nos problemas públicos, oferecendo-se notícias curtas e histórias breves para distrair ou que façam disparar o alarme para algo que requeira a atenção pública imediata. Coloco a dúvida se a falta de interesse deste público é a causa ou o resultado deste tipo de jornalismo.
No meu entender, sendo a televivão e a imprensa escrita um espaço privilegiado para o debate de ideias, para a pluralidade e a verdade na informação, deveria estabelecer-se, conjuntamente, para os media, prioridades na concretização da democracia e da cidadania. Não apenas, para cumprimento do seu papel, enquanto instrumento de esclarecimento do cidadão e o reflexo da multiplicidade social nos vários domínios, como, para fazer do pluralismo o verdadeiro factor de enriquecimento das possibilidades de formação, informação e de um conjunto de escolhas independentes colocadas ao dispor do público.
Daí que, como forma de enriquecimento da democracia, os media deveriam transmitir na integra as notícias sobre os diferentes acontecimentos e eventos importantes, num contexto cujo significado pudesse identificar causas, consequências e implicações para que, os cidadãos, fossem devidamente informados. Mas esta é, infelizmente, uma situação que está dependente do estabelecimento de prioridades, de agendas, escolha de determinados temas, da lógica concorrencial e carácter populista dos programas televisivos, que põe os grande media a falar sobre os mesmos assuntos e apenas a verdade que interessa. (ainda continua)
Ora, sendo a imagem, a mensagem mediática mais poderosa é, por isso, aproveitada também como forma de dar visibilidade aos governantes e líderes políticos. Ao expressar-se através da televisão, o político consegue alcançar um vasto público e sendo este diverso, do ponto de vista sociocultural, a mensagem política tem que ser construída de forma a chegar e ser interpretada por todos. Uma das formas de alcançar todo esse público é através do empobrecimento do discurso, da repetição da mensagem e do recurso a vocabulário repetitivo. Outra forma é a recorrência aos mesmos critérios de marketing ou a produção da política espectáculo, que permite unir a imagem ao discurso, despertando nos receptores, determinados sentimentos, como o de intimidade ou de estar a assistir a um espectáculo, que acabam por desviar, esse mesmo público, da reflexão sobre os problemas políticos e sociais. Ora, esta forma de actuação, não apenas limita o esclarecimento dos factos mas tem também, como consequência, a descontextualização dos problemas e o encobrimento de algumas dificuldades organizacionais.
Então diria que carácter populista da televisão ou do jornalismo popular que, aparentemente, pretende ser uma forma de ligar ao processo democrático as pessoas pouco interessadas nas questões públicas e interesses políticos, parece, no entanto, implicar diferentes compreensões sobre o que é a democracia, dando origem a divergentes pontos de vista acerca do que afinal a democracia exige dos media ou da comunicação social. Este tipo de jornalismo, que se caracteriza pela personalização, simplificação e focagem na acção faz das notícias histórias acessíveis e envolventes. Ou seja, faz-se uma cobertura das notícias altamente selectiva, porque as pessoas não têm grande interesse nos problemas públicos, oferecendo-se notícias curtas e histórias breves para distrair ou que façam disparar o alarme para algo que requeira a atenção pública imediata. Coloco a dúvida se a falta de interesse deste público é a causa ou o resultado deste tipo de jornalismo.
No meu entender, sendo a televivão e a imprensa escrita um espaço privilegiado para o debate de ideias, para a pluralidade e a verdade na informação, deveria estabelecer-se, conjuntamente, para os media, prioridades na concretização da democracia e da cidadania. Não apenas, para cumprimento do seu papel, enquanto instrumento de esclarecimento do cidadão e o reflexo da multiplicidade social nos vários domínios, como, para fazer do pluralismo o verdadeiro factor de enriquecimento das possibilidades de formação, informação e de um conjunto de escolhas independentes colocadas ao dispor do público.
Daí que, como forma de enriquecimento da democracia, os media deveriam transmitir na integra as notícias sobre os diferentes acontecimentos e eventos importantes, num contexto cujo significado pudesse identificar causas, consequências e implicações para que, os cidadãos, fossem devidamente informados. Mas esta é, infelizmente, uma situação que está dependente do estabelecimento de prioridades, de agendas, escolha de determinados temas, da lógica concorrencial e carácter populista dos programas televisivos, que põe os grande media a falar sobre os mesmos assuntos e apenas a verdade que interessa. (ainda continua)






