quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Correr atrás de uma utopia ou virar escravo de novo

Segundo diz o Sol na sua edição on line de 2 de Agosto de 2011, o ministro das finanças, Álvaro Santos Pereira, no final da sua declaração inaugural salientou que «os sacrifícios do presente não serão em vão». Ao ler este tipo de afirmações, nem sei se devo rir ou chorar, se devo fingir que não li ou esquecer que li, se devo partir para o insulto ou partir para a violência pura e dura. Não é que alguma destas soluções resolva alguma coisa no meu dia a dia ou nas minhas dificuldades económico financeiras, mas talvez aliviasse um pouco a pressão, ou, como se diz muito agora, me aliviasse o stress. É que eu não sei se o que me revolta mais é o facto de eu saber que nenhum sacrifício que eu faça - quando digo eu digo também tantos milhares/milhões de outros trabalhadores portugueses e cidadãos por este mundo fora - vai resolver esta ou outra qualquer crise, ou, se o que me revolta mais é saber que existem pessoas, como este ministro, que nos vem tratar, mais uma vez, como um “bando” de débeis mentais, imbecis ou pessoas desprovidas de qualquer tipo de inteligência ou capacidade de raciocínio.
Hegel dizia que “ A religião é o ópio do Povo” e isto, dito por outras palavras, significa prometer o paraíso/céu, a realidade ilusória, como recompensa dos males vividos na existência real, para aguentar/tolerar viver feliz aceitando todos os sacrifícios terrenos sem questionar ou pôr nada em causa. Ora nada melhor para manter o povinho calmo e sereno do que o desconhecimento, pior, a aceitação da ignorância como o prelúdio de uma felicidade futura. Mas como nem todos são devotos, então, tem que se adaptar a linguagem, intervindo com este tipo de promessas, mais laicas, mas igualmente falaciosa.
Ninguém diz ao povo que estamos na mão da Banca e dos especuladores, que os países são geridos por estes senhores, segundo consta, o mundo está nas mãos de menos de 400 famílias. Muitas destas famílias, como os Rothschild e os Rockfeller, estão na origem da criação dos maiores bancos americanos e posteriormente das grandes entidades financeiras como o FMI ou o Banco Mundial. São estas entidades que simplesmente controlam a economia mundial. Não movimentam dinheiro na economia mas sim papeis e, desta forma, ao emprestar mais dinheiro (virtual) do que aquele que têm nas suas reservas, lá vão enriquecendo com os juros que cobram. Com este tipo de operações, são retiradas de circulação, grandes quantidades de moeda (dinheiro) com o consequente efeito directo na falta de liquidez aos bancos e indirecto na taxa de inflação, subida de juros, aumento do desemprego, quebra na produção e no consumo, etc. Os prejuízos, para as economias dos países e dos seus cidadãos, tem efeitos incalculáveis e com os quais, os detentores do poder económico, aparentemente, não estão minimamente preocupados.
Ninguém nos informa que essas entidades lucram desmesuradamente com este tipo de especulação que levam países à “bancarrota” e são, de uma forma premeditada e através da especulação e oscilação das acções no mercado, as responsáveis por levar pessoas e países à falência de uma hora para a outra, sem qualquer escrúpulo. As acções são colocadas no mercado e são manipuladas de forma a valorizarem, por vezes atingem 20% acima do valor sistema produtivo, e depois desvalorizam de um momento para o outro levando a perdas astronómicas de investidores, de empresas estratégicas e de bancos nacionais. Foi algo idêntico a isto que aconteceu na América, o bem conhecido Crash ou Grande Depressão de 1929 ou com o Banco do Brasil na década de 90.
Ninguém nos informa que tudo isto é um esquema montado que tem levado ao endividamento de países como a Indonésia, o Japão e todo o Sudeste Asiático na década de oitenta/noventa e, mais tarde, atingiu igualmente muitos países da América latina, como o Brasil. Presentemente estende-se já a muitas economias mundiais, nomeadamente, a muitos países da a União Europeia, como bem sabemos. Eventualmente, apenas escaparão aquelas economias cujo capitalismo está mais amadurecido, no entanto, correm sérios riscos de caírem também por arrasto.
O engraçado, no meio desta trapalhada toda, é que este problema surge nos Estados Unidos da América. Primeiro, quando os grandes empresários ou capitalistas, retiraram os seus poupança/depósitos da banca, desinvestiram no mercado levando os bancos e a economia à falência, pois à falta de liquidez (falta de moeda) juntou-se o desemprego, dívidas e falta de consumo interno; segundo, quando já na década de 60/70 se incentivou os americanos ao consumo levando-os o super endividamento das famílias e do próprio estado Americano que gastava mais do que produzia, sendo obrigado a contrair empréstimos externos, importar mais do que exportar e pagar em títulos do tesouro. A actual crise voltou a surgir vinda do outro lado do atlântico, com a crise imobiliária e consequente falência dos grandes bancos americanos.
De uma forma genérica e simplista diria que a América passou a viver com o dinheiro dos outros países e a pagar com o tal dinheiro virtual, títulos do tesouro Americano, ou seja, os países emprestam em dinheiro ou vendem bens e recebem papeis. Sem dinheiro a circular nas suas economias, os sistemas produtivos passaram a produzir menos que os sistemas financeiros. Muitos dos países financiadores da América faliu, enquanto que a América, se continua a consumir acima do que se produz e a dívida continua a galgar sem controlo à vista. Presentemente é o país do mundo que maior dívida pública tem, mas contorna a situação, por exemplo, através da emissão de moeda própria. Claro que economias emergentes como a China, uma das grandes financiadoras do EUA, além de cobrar os juros da dívida está, também, através de uma produção “escrava”, a encher o mercado americano e mundial, de produtos baratos, presenteando os consumistas, mas, desmantelado ainda mais todo o sistema produtivo americano e mundial. O que daqui resulta é o colapso do sistema produtivo interno de cada país e aumento da dívida externa, pois para fazer face às dificuldades internas geradas pela falência das empresas, pelo aumento do desemprego e pela subida das taxas de juro é necessário, recorrer à ajuda externa, ou ao FMI, Banco Mundial e afins, ou fazer como a América, comprar/utilizar dinheiro virtual.

O consumismo assumiu um papel central neste processo de endividamento das famílias, dos bancos e dos países. Consumir mais do que se produz, pagar juros altíssimos dos empréstimos feitos ao Banco mundial e ao FMI, levam a que estejamos cada vez mais dependentes dessas entidades supranacionais. Bem podemos trabalhar, trabalhar, trabalhar que nunca iremos conseguir produzir o suficiente para cobrir as dívidas que resultam directamente da especulação gerada pelas instituições financeiras e pelos juros da dívida que, diria, fomos obrigados a contrair. É um ciclo vicioso, quanto mais devemos mais temos que pagar, dado que uma boa parte do que produzimos é para pagar juros, o restante não chega para o essencial e daí resulta que temos que contrair mais dívida. Enquanto isso, apenas trezentas e tal famílias no mundo, estão cada vez mais ricas e mais poderosas e uns quantos países estão cada vez mais perto do seu objectivo, o de governar o mundo.
A solução passa pelo regresso à época anterior à idade média, ou seja, à troca de bens e serviços por bens e serviços. Eu tenho ovos e vendo por 1kg de peixe, ou eu tenho uma casa e troco com a tua, ou eu arranjo-te a canalização e tu vais arranjar-me o telhado, etc. Se o povo, o cidadão que paga sempre a crise, não recorrer ou recorrer o menos possível aos bancos, utilizar o dinheiro o mínimo possível nas suas transacções comerciais e/ou serviços, se todos nós passar-mos a valorizar cada vez menos dinheiro, todo o sistema financeiro se irá desmoronar. É que eles também estão dependentes do consumo. Se não existir necessidade de utilizar moeda nas transacções, se não existir necessidade de recorrer aos bancos ou ao dinheiro, como é que esses senhores/instituições vão sobreviver? Não vão, a não ser que se adaptem àquilo que os cidadãos ditarem. Pode parecer utopia, mas já funcionou e se nada for feito agora, vamos voltar à época da escravatura, trabalhar para os senhores a troco de quase nada.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

É uma vergonha!!!

Tenho vergonha da avaliação que os outros (estrangeiros) fazem de nós portugueses;
Tenho vergonha por ter no meu país, “políticos” e pessoas que defendem que devem ser mais pobres a pagar uma dívida para a qual pouco ou nada contribuíram e que os ricos passem impunes pela crise e estejam cada vez mais ricos;
Tenho vergonha de um país onde os corruptos não são devidamente julgados e obrigados a pagar o que desviaram de bancos, de empresas e do Estado;
Tenho vergonha de viver num país onde uns vivem com algumas centenas de milhar de euros por mês de vencimento e outros com apenas algumas dezenas;
Tenho vergonha de viver num país com tanta “gentinha” sem escrúpulos e “políticos” sem carácter que apesar de não gostarem do José Sócrates, não gostarem do seu governo e das medidas que tem tomado nestes últimos 6 anos, que já foram candidatos autárquicos e que em campanha eleitoral defendam um afastamento ao símbolo Socialista e consequentemente ao seu líder e 1º ministro de Portugal, venham agora fazer parte das listas do PS para as próximas eleições legislativas e portanto, vir a integrar o governo ou o grupo parlamentar do Partido Socialista, liderado por José Sócrates. A lista apresentada por Leira tem “gentinha” desta, políticos deste “calibre” e, com toda a certeza, o mesmo deve acontecer com as listas de outros distritos também. É vergonhoso e repugnante que estes “políticos” tão bem entendidos e esclarecidos da política, tenham o descaramento de aceitar integrar um programa que nunca aprovaram, repudiaram e mal disseram, apenas e só, com a intenção de subir na vida, ir atrás de currículo e de “tachos”.
É por isto que muitos estão nestas listas, é por isto que muitos estão na política e é por causa destes “políticos” que Portugal está à beira da banca rota. É por causa destes “políticos” que eu, que sempre trabalhei, fui e continuo mal paga, que me levanto todos os dias bem cedinho para ir trabalhar, desde os 16 anos, agora tenho que ter vergonha de dizer que sou portuguesa porque os outros (os estrangeiros) dizem que eu, enquanto cidadã portuguesa, não quero trabalhar, não quero fazer sacrifícios e passo os dias na praia a apanhar sol.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O exemplo do FMI

...pois é, dizem que o exemplo deve vir de cima!


Depois de tudo o que já ouvimos e lemos acerca do FMI e das medidas de austeridade que vão ser implementadas em Portugal, das suas consequências para os portugueses e das condições que têm que existir para que sejamos "beneficiados" financeiramente pelos nossos parceiros europeus, damos por nós a ler na comunicação social que estes inspectores estão alojados no Hotel Tivolli. Boa!!! Resta saber quanto pagam por cada refeição... e quem paga a conta, já agora, para todos ficarmos a saber o total da factura. E depois ainda somos apelidados de PIGS.


Rico exemplo de austeridade!




"Como prega Frei Tomás, faz como ele diz e não como ele faz"

sexta-feira, 25 de março de 2011

Será?

" Há tantos burros mandando
em homens de inteligência
que às vezes fico pensando
se a burrice não será uma ciência"


António Aleixo

terça-feira, 15 de março de 2011

O espírito democrático em Portugal

Nestes últimos dias duas notícias têm sido extensivamente divulgadas nos meios de comunicação nacional, que apesar dos protagonistas se encontrarem em posições opostas, chamaram a minha atenção exactamente pelo mesmo motivo, falta de respeito pela democracia e os valores a ela associados. Estou a falar da atitude do nosso primeiro ministro, que ignorando as instituições democraticamente eleitas do Estado Português e os cidadãos contribuintes que pagam a “factura da crise” e neste momento são os principais e únicos sancionados, se dirigiu a Bruxelas e negociou esses mesmo cidadãos sem pelo menos os informar que iam ser novamente “tramados” e porque é que iam ser “tramados”; e estou também a falar dos “grevistas” camionistas que, tomando a liberdade de agir da forma que entenderam para defender os seus direitos, coagem outros colegas profissionais a fazer greve através de ameaças, que põem em causa a integridade física, o direito de escolha e o direito de propriedade - Ou fazem greve ou senão “sujeitam-se ás consequências” - Esta tem sido uma das frases mais utilizadas e ouvidas de "persuasão" à greve. E as consequências têm sido graves, pois não só materiais, como os danos causados nas viaturas pelo arremesso de pedras, são também as lesões físicas causadas por estilhaços dos vidros partidos e, infelizmente, até no passado, o falecimento um camionista atropelado por colegas de profissão. Os semblantes e palavras de ordem de alguns são bastante elucidativos da forma de "persuasão" que estes senhores pretendem prosseguir.
A que estado chegou a democracia! Pergunto se existe alguma diferença entre a acção de uns e de outros. Claro que não há! Por mais que os camionistas possam ter razão nos princípios que os levam a fazer greve, a forma e os meios utilizados ficam muito aquém dos valores democráticos como é, por exemplo, a liberdade de escolha individual. Também o Sr. José Sócrates tem contas a prestar, a todos nós portugueses, pois apesar da legitimidade dada através do voto e mesmo julgando serem certas as medidas apresentadas para pagar uma crise (que nem foram os reformados nem os trabalhadores do ordenado mínimo ou dos 1500 euros ou dos recibos verdes que a fizeram) não pode nem tem o direito de, em nome da democracia, esquecer ou agir contráriamente aos valores democráticos e Constitucionalmente instituídos.
Sempre me ensinaram que a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros. Obrigar, falar e agir em nome dos outros sem o seu consentimento ou através de qualquer tipo de coação ou justificação, sem respeitar o indivíduo ou as instituições não é agir ou defender a democracia mas sim o despotismo. Que eu saiba, o Salazar morreu, o Estado Novo morreu, a PIDE desapareceu e não queremos nem admitimos que voltem, portanto, se continuar-mos a permitir que alguns ajam como déspotas, onde é que vai parar a democracia?
E é este o espírito democrático que temos, suspende-se a democracia quando dá jeito, o pior é se ela é suspendida de vez, como parece estar a acontecer. Uma vez agora, outra vez no que interessa, outra vez porque tem que ser e ...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Portugal, o país mais milagreiro ou o país com o maior índice de doenças mentais?

Fui ontem a um dos hipermercados a funcionar no Bombarral e, como é habitual, quando entrei o pequeno espaço assinalado e reservado a pessoas de mobilidade reduzida, estava já ocupado por dois veículos. Quando saí todos os lugares estavam completos e, como sempre, dei uma olhadela para ver se algum dos carros ostentava dístico que indicasse que o seu proprietário era um legítimo utilizador daquele espaço. Claro que não fiquei surpreendida ao constatar que não, mas fiquei mais uma vez a falar sózinha de indignação pela falta de civismo das pessoas. Felizmente que a maioria dos utilizadores dos espaços públicos são pessoas que não tem qualquer dificuldade em andar ou deslocar-se mas, por isso mesmo, deveriam ter consideração por quem o não pode fazer. Para quem tem dificuldades em andar, qualquer metro faz toda a diferença. Estacionar o carro a dois metros e ter que percorrer essa distância para entrar no supermercado e sair carregando as compras ou estacionar a vinte metros, temos que concordar que é consideravelmente muito mais difícil para quem anda de cadeira de rodas, de muletas, está grávida, seja idoso do que para quem anda com as duas perninhas seja novo e saudável. Já cheguei a perguntar a algumas pessoas, que acabavam de estacionar os seu carrinhos nos lugares de deficientes e via sair do seu carrinho todas ligeiras, se sabiam o que significava aquele sinal de estacionamento e nenhuma delas me respondeu, mostrou satisfação por ter sido chamada à atenção ou foi retirar o veículo, o que só comprova o que penso, existe muita falta de educação e civismo por este país fora. Até porque o que se passa no Bombarral, passa-se em todo o país, pois já andei por muitos lugares e o que observo é sempre idêntico, que os lugares reservados a deficientes ou pessoas de mobilidade reduzida estão sempre ocupados. Se não é falta de civismo então das duas uma, ou são pessoas com deficiência mental, ou então devem ocorrer muitos milagres por esse país fora. Bem sei que temos cá a Nossa Senhora de Fátima e muita gente devota, mas nunca pensei e creio que nem mesmo os clérigos deste país devem ter a noção da quantidade de crentes e de milagres que ocorrem diariamente em Portugal. É que quando vejo estes inválidos saírem e se deslocam e entram nas suas viaturas, nenhuma deficiência se nota, portanto só posso deduzir que foi mais um milagre que ocorreu.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Na véspera do dia Internacional da Mulher

Mais uma vez, mais um ano, mais um dia em que se fala do dia da mulher. Tal como anteriormente escrevi, é com imenso desconforto que chego sempre a este dia e oiço e leio títulos e manchetes na comunicação social assinalando o dia 8 de Março como o dia Internacional da Mulher. É que logo à partida, a existência de um dia dedicado à mulher, apesar do seu simbolismo, não é um sinal de respeito nem pela mulher nem pela igualdade de género, mas sim o seu contrário, ou seja, um sinal de que pelo facto de não existir igualdade entre seres humanos, diferenciados pelo género, continuam a ser diferenciados nas oportunidades, tanto a nível profissional, familiar como político. E esta diferenciação nada tem a ver com capacidades intelectuais ou físicas, mas sim com outros interesses e valores ignóbeis e nem sequer incluo aqui valores religiosos e culturais, porque senão, daria para escrever uma colecção de livros.
Recorrer a um dia da mulher para referenciar tudo o que está desigual e apelar à igualdade de direitos é para mim, e tenho a certeza que para muitas mulheres, sempre sentido como negativo e mais diferenciador ainda, pois se aparentemente parece celebrar-se a mulher, para mim não passa de mais uma forma de evidenciar o papel secundário a que a mulher ainda está sujeita na sociedade do século XXI.
A frustração e desconforto que nós mulheres sentimos com o assinalar deste dia, é sempre intensificado pelos dados estatísticos revelados, pois sabemos que não são apenas os números ou estatísticas que mostram de forma inequívoca a existência desta desigualdade mas é também o sentir a correspondência desses dados com a realidade do nosso dia a dia.
Teoricamente somos todos iguais, ou melhor, perante a lei temos todos os mesmos direitos, liberdades, garantias e oportunidades mas na vida real isso continua muito longe de acontecer e é só ver nas estatísticas do desemprego quem é penalizado; nos valores médios dos vencimentos quem ganha menos; na disparidade de cargos de direcção e chefia de topo ocupados homens e mulheres; nas diferenças entre os valores médios das reformas recebidos por homens e mulheres e por aí adiante.
Ainda hoje li num jornal diário o resultado de um inquérito, a que não acedi à ficha técnica, mas que me chamou a atenção não apenas pela peculiaridade da questão mas principalmente pelo significado implícito nas respostas. Segundo este jornal, este inquérito terá sido feito pelo MMM Survey of Motheres in Europe e foi perguntado a homens e mulheres em vários países da Europa quantos achavam que a maternidade satisfazia as mulheres. Imagine-se que dos inquiridos a maior percentagem a responder que elas se satisfazem com a maternidade foram os homens. Por exemplo, na Grécia 79% homens contra 43% das mulheres pensam assim, o mesmo em Itália, 55% homens e 35% das mulheres, Reino Unido 43% de homens e 25% mulheres. Palavras para quê? Se eles continuam a achar que elas ficam satisfeitas com a maternidade e claro, com todas as implicações a outros níveis que daí advêm, então irónicamente falando, não fazem nada mais do que satisfazer essas pretensas satisfações femininas, esquecem é o mais importante, perguntar se é isso mesmo que elas querem ou se é com estas condições que querem.
Por razões diversas, todas elas legítimas, algumas mulheres têm por convicção de que certos cargos ou actividades são mesmo só para homens, outras vêem nas outras mulheres potenciais adversárias e tudo fazem para as manter fora da concorrência, muitas outras aceitam as condições impostas por esta sociedade machista, daí que não se pode culpabilizar ou responsabilizar só os homens por esta situação mas se é por uma questão de escolha ou convicção pessoal, então deixem ficar em casa quem quiser ficar em casa e não cortem as oportunidades a quem não se satisfaça ou dispõe a isso.
Muito já se fez mas muito continua por se fazer no que respeita à convergência dos direitos efectivos entre homens e mulheres, no entanto e na minha modesta opinião, enquanto os partidos políticos continuarem a arranjar “esquemas” para manterem as mulheres afastadas das suas lideranças (mesmo com lei da paridade em vigor) ou a denegrir a imagem de outras porque se tentam impor ou põem a nu as más gestões ou conluios entre eles; enquanto os cargos de direcção ou chefias ao mais alto nível continuarem a ser entregues aos homens, escondendo as verdadeiras razões levam à opção de escolha masculina em detrimento da feminina, estas estatísticas vão continuar a existir e vamos continuar a celebrar o dia da mulher por razões de injustiça social ou diferenciação negativa.
Perante tudo isto apetece-me perguntar se mesmo com os números a demonstrarem que são as mulheres as que mais cursos superiores têm; se são as mulheres que mais elevados níveis de escolaridade atingem; se são as mulheres que menos abandono escolar protagonizam; se são as mulheres a maioria da população mundial; se são as mulheres que maioritariamente gerem a vida familiar aos mais variados níveis, então o que justifica o seu afastamento ou uma pretensa falta de capacidade para não estar ao mesmo nível dos homens? Será que eles têm a coragem de assumirem realmente o que pensam a este respeito?
O dia da mulher será aquele em que não seja necessário existir um.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Tesourinhos...no atletismo português


Deixo aqui este apontamento sobre algumas situações, no mínimo caricatas, sobre o atletismo em Portugal, que quase me dá a tentação de os equiparar àqueles emails que já todos recebemos e que estão intitulados “Portugal no seu melhor” ou “ Autênticos tesourinhos de Portugal”.
A primeira diz respeito ao erro de inscrição da atleta Sara Moreira nos Campeonatos da Europa de Atletismo, já iniciados hoje dia 04-03-2011 em Paris (França) em que, por um infeliz erro, a atleta especialista nos 3000m e com ambições a uma medalha de ouro, foi inscrita na prova dos 1500m, para a qual não se preparou. Ouvi hoje na comunicação social durante a manhã que a atleta viajou para França junto com os outros atletas portugueses e que pretende competir nos 1500m.
Em primeiro lugar quero louvar esta atleta por esta decisão, pois mesmo não sendo a sua especialidade, não tendo sido a distância para que tem treinado, de perder a oportunidade de revalidar a medalha de prata que conquistou nos últimos campeonatos ou pior, ter-lhe sido retirada a oportunidade de conquistar o ouro, vai mesmo assim participar e dar o seu melhor nesta distância. É uma demonstração inequívoca da personalidade e compromisso desta atleta ao atletismo que, infelizmente, não encontramos muito por aí, seja no desporto seja noutra área qualquer da nossa vida colectiva. Não existem palavras ou argumentos que possam consolar a atleta por este erro que a impossibilita de poder participar numa prova para a qual tanto trabalhou, treinou e expectativas criou.
Apesar de sabermos que o ser humano não é infalível, estas coisas não devem nem podem acontecer, porque é como a água do rio que passa debaixo da ponte, nunca mais volta a passar, ou seja, podem existir outros campeonatos onde esta atleta possa competir, podem ser conquistadas outras medalhas ou outros títulos desportivos, desejo muito que sim, mas esta oportunidade passou, não por incompetência da atleta, não por falta de capacidade desportiva da atleta mas por um erro burocrático cometido por alguém. Mas também quero frisar aqui o seguinte, se existe a possibilidade do ser humano falhar, então porque é que os regulamentos não podem colmatar essa possibilidade? Ou seja, se se abrem excepções para tanta coisa, se se acrescentam ressalvas em tantos contratos, legislação e regulamentos, então porque é que os regulamentos das provas de atletismo não contemplam a possibilidade de excepção ou correcção de erros humanos? Ainda por cima quando os atletas já são conhecidos e todos sabem as modalidades e distâncias em que habitualmente participam. Penso de se deve reflectir sobre isto seriamente, pois se a memória não me falha, não é a primeira vez que acontece um erro deste género no atletismo.
Em segundo lugar e relativamente à demissão do Sr. Fernando Mota, é evidente que ele se sente moralmente responsável e pediu a demissão de Presidente da FPA, o que infelizmente, não vai resolver coisa nenhuma mas apenas vem acrescentar mais um problema ao problema já existente. Pois nem pela sua demissão se vai resolver a situação criada, superar a frustração ou diminuir o desalento à atleta Sara Moreira como, ainda por cima, o atletismo português fica deduzido de mais um elemento que tanto tem contribuído para a ascensão e valorização do atletismo português e dos atletas portugueses.
A segunda situação, apesar de ser benfiquista, diz respeito ao Sporting Clube de Portugal em geral, e às outras modalidades desportivas em particular com enfoque no atletismo.
Claro que vou falar do Sporting por razões relacionadas principalmente com o atletismo, pois ninguém tem dúvidas, apenas os sócios/adeptos sportinguistas parecem ter, que este clube tem sido e continua a ser o clube que mais atletas tem dado à Selecção Nacional de Atletismo, que mais atletas premiados a nível nacional e internacional tem tido, que mais títulos tem conquistado e este ano voltou a ser mais uma vez o Clube Campeão Nacional de Pista Coberta no sector feminino e masculino. Portanto, parecem-se ser razões mais do que suficientes para trazer este clube à berlinda, até porque, enquanto amante e praticante de atletismo nunca compreendi porque é que mesmo considerando a sua menor dimensão comparativamente ao futebol, os clubes, os grandes clubes, desprezam o atletismo. O Atletismo no Futebol Clube do Porto é o que se vê, o Sporting conseguiu inclusive, deitar abaixo um estádio com pista de atletismo e construir um novo só para o futebol, pista... nem de cinza, o estádio de Leiria, construído para o Euro 2004, levou pista de atletismo mas agora querem deitá-lo abaixo e nem o facto de existirem naquela cidade vários bons atletas praticantes de várias modalidades do atletismo ou já se terem lá realizado campeonatos internacionais e possibilidade de continuarem a ocorrer no futuro, é sequer motivo de ponderação para manter aquele espaço. Enfim é sempre mais do mesmo. A euforia é o futebol, o dinheiro é para o futebol, os investimentos são para o futebol mas os bons resultados desportivos são do atletismo. Não se compreende! Assim como não se compreende chamar desporto a uma modalidade que continuadamente é precursora de violência dentro e fora dos estádios, entre atletas, entre atletas e árbitros, entre atletas e treinadores, entre adeptos e entre adeptos e todos os anteriores. Voltando ao Sporting e à situação de desgoverno futebolístico, tenho assistido através da comunicação social, às apresentações das diversas candidaturas para o lugar deixado vago pelo senhor Bettencourt e o seu staff e, para além de várias questões que me assaltam sempre sobre as motivações que levam estas pessoas a apresentarem-se a eleições, interrogo-me sempre se não existe em nenhuma delas um nadinha de espaço para falar e elevar o clube também pelas conquistas das outras modalidades entre elas o atletismo. Claro que não conheço nem li os programas das diversas candidaturas, mas até hoje não ouvi uma palavra nem li uma linha onde não se falasse apenas do futebol e da desgraça do clube por causa do futebol.
Não é minha intenção desmerecer o futebol ou desvalorizar a dimensão da modalidade, mas os outros atletas e seus adeptos e sócios não devem sentir-se exactamente valorizados assim como eu enquanto atleta e cidadã portuguesa não me sinto, pois este país não pode ser só futebol e o resto ser paisagem. Atletas como a Albertina Dias no atletismo ou a Teresa Machado no lançamento do disco e peso e que representaram o atletismo português e Clubes como o Sporting Clube de Portugal e o Futebol Clube do Porto são algumas das vítimas da propensão futebolística dos grandes clubes e parece que naquilo ao que ao Sporting diz respeito, vai continuar, apesar de ter um enorme roll de atletas, alguns deles a competir neste momento nos Campeonatos Europeus de Atletismo em França, companheiros da Sara Moreira do Maratona.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Onde é que eu já vi isto?

"Portugal é hoje um paraíso criminal onde alguns inocentes imbecis se levantam para ir trabalhar, recebendo por isso dinheiro que depois lhes é roubado pelos criminosos e que ajuda a pagar o ordenado aos iluminados que bolçam certas leis."


Barra da Costa

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O dia dos namorados


Hoje é dia dos namorados, dizem! Mas será que é mesmo?
É seguramente mais um costume importado dos Estados Unidos da América, inventado não sei por quem mas que provoca uma euforia pública de significado duvidoso.
Para além do incentivo evidente ao consumismo e lá pelo meio se exaltar também sentimentos de amor e paixão pela pessoa amada, pergunto-me a mim própria se amar alguém é isto. Se amor é... comprar uma prenda, ir jantar fora, é dizer àquele que se ama, amo-te, mas só porque essa é uma data de calendário. Desculpem os seguidores e adeptos do dia dos namorados mas não posso estar mais em discordância. Não que não acredite que muitos daqueles que comemoram este dia não estejam enamorados e não vivam o seu amor todos os dias, mas amar e demonstrar que se ama, não tem que ser algo imposto por uma data nem tem que ser demonstrado através de um qualquer bem material. E é isto que me parece sobrevir destas comemorações de S. Valentim.
Estar com a pessoa amada tem que ser tão fácil e natural como respirar. É entender o outro sem serem necessárias as palavras.
Quando se ama alguém, todos os dias devem ser dia dos namorados e esse sentimento deve ser demonstrado ao outro em pequenos gestos de carinho, em respeito pela individualidade, carácter e opinião um do outro, na vontade de estar junto e de partilhar seja o que for só pelo prazer de estar com a pessoa amada, sorrir e dizer que te amo todas as vezes que se tiver vontade.
Amo-te!
O SORRISO

Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.

Eugénio de Andrade

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um Homem na Cidade

Agarro a madrugada
como se fosse uma criança,
uma roseira entrelaçada,
uma videira de esperança.
Tal qual o corpo da cidade
que manhã cedo ensaia a dança
de quem, por força da vontade,
de trabalhar nunca se cansa.
Vou pela rua desta lua
que no meu Tejo acendo cedo,
vou por Lisboa, maré nua
que desagua no Rossio.
Eu sou o homem da cidade
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.
Vou pela estrada deslumbrada
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresce na vela da canoa.
Sou a gaivota que derrota
tudo o mau tempo no mar alto.
Eu sou o homem que transporta
a maré povo em sobressalto.
E quando agarro a madrugada,
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada,
um malmequer azul na cor,
o malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém,
o malmequer desta cidade
que me quer bem, que me quer bem.
Nas minhas mãos a madrugada
abriu a flor de Abril também,
a flor sem medo perfumada
com o aroma que o mar tem,
flor de Lisboa bem amada
que mal me quis, que me quer bem.

Ary dos Santos

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

... é só amor!



E é este o Presidente de Portugal e de todos os portugueses, eleito de acordo com as normas democráticas mas sobre o qual muitos desses portugueses, quase oito milhões, subscreveriam um programa destes.
Eu juro que não me lembrei de tamanha ousadia, mas lá que adquiria um programa destes, não tenho qualquer dúvida.
... e tenho dito!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Redução do número de Deputados na Assembleia da República

Salvo raras excepções, os deputados da AR estão obrigados à disciplina de voto imposta pelos partidos, portanto estarem 60 deputados a votar ou a estar um, o resultado é idêntico. E se a ideia é que cada deputado exerça o direito de discursar ou defender por palavras diferentes as ideias que os partidos que representam defendem, então, o melhor combate ao desperdício de tempo inútil e ao dinheiro e regalias pagos a muitos dos 230 deputados que não estão ali a fazer nada e apenas a contribuir para o elevados índices de falta de produtividade nacional, é que se reduza ao mínimo possível essas pessoas. Como creio que disse uma vez António José Seguro, até um deputado por partido já chega.
É uma hipocrisia e pura demagogia ouvir alguns elementos dos partidos políticos com assento parlamentar virem para a comunicação social defender que a democraticidade ou representatividade partidária fica posta em causa com a redução de 230 para 180 deputados. Para mim e para muitos dos eleitores, essas pessoas já estão é a antever a perda de “tachos” para os comparsas, isso sim! Pois não podemos esquecer que muitos dos que são eleitos, vêem de listas distritais e que nos lugares elegíveis são lá colocados os amigos, os “afilhados”, os “lambe botas” e uma grande parte daqueles que não tendo outros recursos, quer fazer a sua ascensão sócio-profissional através das amizades políticas. É que nem sequer é pelo trabalho feito ou qualidades profissionais ou outras. E eu sei do que falo.
Já escrevi uma vez numa crónica que para combater a abstenção era necessária uma mudança de atitudes por parte dos partidos políticos e dos políticos e que a redução de deputados na AR seria um primeiro passo para isso. Pois agora em que se impõem restrições económicas a todos os portugueses, ficaria muito bem aos nossos governantes e deputados da Assembleia da República, defenderem esta causa, até porque a Constituição da República Portuguesa já o prevê também.
Uma pergunta se impõe. Então qual é o problema?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Presidenciais 23-01-2011

Quanto aos resultados eleitorais para a presidência da república realizadas no passado domingo gostaria de deixar algumas considerações.
Em primeiro lugar, creio que a abstenção seguiu a tendência crescente que se tem verificado desde as primeiras eleições após o 25 Abril. No meu entender, esta situação deve-se a dois factores essenciais. Por um lado, descrença da população quanto aos políticos e instituições, por outro lado, uma forma de protesto quanto ao sistema, políticos e forma de fazer política actualmente.
Acredito que a falta de esclarecimento da população quanto ao efeito diferenciado do não voto ou voto em branco, tem sido um dos motivos da cada vez mais elevada abstenção. Diria que a maioria dos abstencionistas não vai votar, porque acredita que esta é uma forma de protesto contra o sistema e contra os políticos, ou seja, acreditam ser esta a maneira correcta de demonstrar, aos políticos, o seu desagrado. O engraçado, sem graça nenhuma, é que ninguém se dá ao trabalho de esclarecer devidamente a diferença. Talvez porque interessa a esta classe política manter o povo na ignorância. Imagine-se se todos mudassem a sua forma de protesto da abstenção para votos em branco? O Sr. Presidente, que se assume vencedor de todos os distritos e regiões autónomas e se arroga o mais honesto, a vítima dos mauzões e o mais bem preparado, estaria agora a fazer contas à vida e a ter que mudar de emprego. É que se retirarmos os votos em branco, os nulos e a abstenção, mesmo tendo ganho, o Sr. Cavaco Silva não representa o povo português, representa apenas 2. 230.104 Eleitores num universo de 9.629.630. Seria bom que ele tivesse consciência disso e agisse em conformidade.
Quanto ao facto de o Cavaco Silva ter ganho com maioria aos outros candidatos, por uma lado, ele ganhou com os votos do PSD e CDS e esses foram quase todos, obrigatoriamente, votar, por outro lado, creio que pelo facto de nenhum dos outros ter perfil adequado ao cargo, levou que a maioria não votasse, não apenas pelo protesto em si mas também por não acreditar nos candidatos que foram apresentados e à falta de alternativas, a alternativa foi não votar.
Ainda quanto ao Presidente da República eleito, para além de eu considerar que sofre de uma doença que intitulo de hipocrisia, manifestada a vários níveis, sinto pena que este povo não esclarecido não consiga perceber que se uma pessoa que está na política e a exercer cargos políticos há mais de 30 anos e se intitula como um não político e pior, se nas diferentes funções e cargos políticos que exerceu até á presente data sempre esteve rodeado por corruptos e por ladrões, não pode ser assim tão pura e honesta e dificilmente nunca terá sido favorecida e distribuído e recebido favores desses senhores.
É pena a política ter chegado a este estado de coisas e, infelizmente, não me parece que a classe política esteja muito interessada em mudar ou tentar inverter qualquer factor que leve à diminuição da abstenção, até porque, se a abstenção baixasse significativamente, os resultados eram capazes de ser uma desagradável surpresa para esses mesmos políticos.
O povo ainda não percebeu, infelizmente, e também aos políticos não interessa esclarecer, qual seria o resultado do entre o não ir votar e o votar em branco. É que se já estivessem esclarecidos, acredito que a população votaria em branco e estes senhores que se apresentam a votos, não tendo a aprovação/votos da população, teriam que ser substituídos. E lá ia “maminha” para muita gente/políticos.
Na minha opinião e para terminar este apontamento acrescentaria ainda que, apesar de lhes chamamos-lhe políticos, seria mais correcto chamar-lhes politiqueiros e aquilo que fazem politiquices e não política, é que o sentido de missão que deve nortear estes senhores, não faz parte do vocabulário, prontuário ortográfico ou projecto de intenções desta gente e portanto qualquer parecença com política é pura imaginação/ficção.