segunda-feira, 14 de março de 2011

Portugal, o país mais milagreiro ou o país com o maior índice de doenças mentais?

Fui ontem a um dos hipermercados a funcionar no Bombarral e, como é habitual, quando entrei o pequeno espaço assinalado e reservado a pessoas de mobilidade reduzida, estava já ocupado por dois veículos. Quando saí todos os lugares estavam completos e, como sempre, dei uma olhadela para ver se algum dos carros ostentava dístico que indicasse que o seu proprietário era um legítimo utilizador daquele espaço. Claro que não fiquei surpreendida ao constatar que não, mas fiquei mais uma vez a falar sózinha de indignação pela falta de civismo das pessoas. Felizmente que a maioria dos utilizadores dos espaços públicos são pessoas que não tem qualquer dificuldade em andar ou deslocar-se mas, por isso mesmo, deveriam ter consideração por quem o não pode fazer. Para quem tem dificuldades em andar, qualquer metro faz toda a diferença. Estacionar o carro a dois metros e ter que percorrer essa distância para entrar no supermercado e sair carregando as compras ou estacionar a vinte metros, temos que concordar que é consideravelmente muito mais difícil para quem anda de cadeira de rodas, de muletas, está grávida, seja idoso do que para quem anda com as duas perninhas seja novo e saudável. Já cheguei a perguntar a algumas pessoas, que acabavam de estacionar os seu carrinhos nos lugares de deficientes e via sair do seu carrinho todas ligeiras, se sabiam o que significava aquele sinal de estacionamento e nenhuma delas me respondeu, mostrou satisfação por ter sido chamada à atenção ou foi retirar o veículo, o que só comprova o que penso, existe muita falta de educação e civismo por este país fora. Até porque o que se passa no Bombarral, passa-se em todo o país, pois já andei por muitos lugares e o que observo é sempre idêntico, que os lugares reservados a deficientes ou pessoas de mobilidade reduzida estão sempre ocupados. Se não é falta de civismo então das duas uma, ou são pessoas com deficiência mental, ou então devem ocorrer muitos milagres por esse país fora. Bem sei que temos cá a Nossa Senhora de Fátima e muita gente devota, mas nunca pensei e creio que nem mesmo os clérigos deste país devem ter a noção da quantidade de crentes e de milagres que ocorrem diariamente em Portugal. É que quando vejo estes inválidos saírem e se deslocam e entram nas suas viaturas, nenhuma deficiência se nota, portanto só posso deduzir que foi mais um milagre que ocorreu.

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