sábado, 20 de março de 2010

As desigualdades de género (continuação)

Continuando o tema da crónica anterior e no que diz respeito ao tipo de família, segundo os dados dos Censos de 1991 e 2001, verifica-se que a maioria, são famílias clássicas (99,9%), ou seja, englobam indivíduos que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco entre si, ocupando a totalidade ou parte do alojamento, incluindo a pessoa independente que ocupa uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento, e que estão distribuídas uniformemente pelo país. Quanto à estrutura familiar, constata-se que em 1991 as famílias compostas por apenas um indivíduo são as menos significativas, enquanto que em 2001, são as compostas por cinco ou mais indivíduos que ocupam esse lugar, sendo a maioria das famílias constituídas, em todas as regiões, por duas pessoas, ou seja, as famílias tendem a ficar mais pequenas.
Outro dado importante é o que se refere ao representante da família. Neste aspecto, embora tenha vindo a diminuir a diferença entre homens e mulheres nos últimos tempos, o homem tem uma posição de maior relevo, isto porque é o principal sustento da família, sendo que, a faixa etária com mais representantes da família é a dos 40 aos 44 anos. Em relação aos rendimentos constata-se que durante a década de 90, a maioria dos trabalhadores por conta de outrem a receber o ordenado mínimo são mulheres, tendo sempre valores iguais ou superiores a 50% ao total da população masculina e feminina. As remunerações médias também são geralmente mais baixas no sector feminino, excepto em áreas da Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória, em que o valor médio recebido pelas mulheres era de 176,1 milhares de escudos e pelos homens de 145,6 milhares de escudos.
Ainda referente a dados dos anos 90, as famílias com filhos são a maioria (60%) e a média de filhos por casal é de dois filhos. Convém salientar que devido à dificuldade de conciliação entre tarefas domésticas e vida profissional, as mulheres tendem a ter filhos cada vez mais tarde.
Posto isto e segundo alguns inquéritos nacionais e europeus mais recentes sobre factores como o trabalho, amigos e conhecidos, religião e família, temos que reconhecer que apesar das alterações nos comportamentos, a família ainda tem um importante valor na sociedade portuguesa.
(continua)

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