Nestes últimos dias duas notícias têm sido extensivamente divulgadas nos meios de comunicação nacional, que apesar dos protagonistas se encontrarem em posições opostas, chamaram a minha atenção exactamente pelo mesmo motivo, falta de respeito pela democracia e os valores a ela associados. Estou a falar da atitude do nosso primeiro ministro, que ignorando as instituições democraticamente eleitas do Estado Português e os cidadãos contribuintes que pagam a “factura da crise” e neste momento são os principais e únicos sancionados, se dirigiu a Bruxelas e negociou esses mesmo cidadãos sem pelo menos os informar que iam ser novamente “tramados” e porque é que iam ser “tramados”; e estou também a falar dos “grevistas” camionistas que, tomando a liberdade de agir da forma que entenderam para defender os seus direitos, coagem outros colegas profissionais a fazer greve através de ameaças, que põem em causa a integridade física, o direito de escolha e o direito de propriedade - Ou fazem greve ou senão “sujeitam-se ás consequências” - Esta tem sido uma das frases mais utilizadas e ouvidas de "persuasão" à greve. E as consequências têm sido graves, pois não só materiais, como os danos causados nas viaturas pelo arremesso de pedras, são também as lesões físicas causadas por estilhaços dos vidros partidos e, infelizmente, até no passado, o falecimento um camionista atropelado por colegas de profissão. Os semblantes e palavras de ordem de alguns são bastante elucidativos da forma de "persuasão" que estes senhores pretendem prosseguir.
A que estado chegou a democracia! Pergunto se existe alguma diferença entre a acção de uns e de outros. Claro que não há! Por mais que os camionistas possam ter razão nos princípios que os levam a fazer greve, a forma e os meios utilizados ficam muito aquém dos valores democráticos como é, por exemplo, a liberdade de escolha individual. Também o Sr. José Sócrates tem contas a prestar, a todos nós portugueses, pois apesar da legitimidade dada através do voto e mesmo julgando serem certas as medidas apresentadas para pagar uma crise (que nem foram os reformados nem os trabalhadores do ordenado mínimo ou dos 1500 euros ou dos recibos verdes que a fizeram) não pode nem tem o direito de, em nome da democracia, esquecer ou agir contráriamente aos valores democráticos e Constitucionalmente instituídos.
Sempre me ensinaram que a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros. Obrigar, falar e agir em nome dos outros sem o seu consentimento ou através de qualquer tipo de coação ou justificação, sem respeitar o indivíduo ou as instituições não é agir ou defender a democracia mas sim o despotismo. Que eu saiba, o Salazar morreu, o Estado Novo morreu, a PIDE desapareceu e não queremos nem admitimos que voltem, portanto, se continuar-mos a permitir que alguns ajam como déspotas, onde é que vai parar a democracia?
E é este o espírito democrático que temos, suspende-se a democracia quando dá jeito, o pior é se ela é suspendida de vez, como parece estar a acontecer. Uma vez agora, outra vez no que interessa, outra vez porque tem que ser e ...
A que estado chegou a democracia! Pergunto se existe alguma diferença entre a acção de uns e de outros. Claro que não há! Por mais que os camionistas possam ter razão nos princípios que os levam a fazer greve, a forma e os meios utilizados ficam muito aquém dos valores democráticos como é, por exemplo, a liberdade de escolha individual. Também o Sr. José Sócrates tem contas a prestar, a todos nós portugueses, pois apesar da legitimidade dada através do voto e mesmo julgando serem certas as medidas apresentadas para pagar uma crise (que nem foram os reformados nem os trabalhadores do ordenado mínimo ou dos 1500 euros ou dos recibos verdes que a fizeram) não pode nem tem o direito de, em nome da democracia, esquecer ou agir contráriamente aos valores democráticos e Constitucionalmente instituídos.
Sempre me ensinaram que a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros. Obrigar, falar e agir em nome dos outros sem o seu consentimento ou através de qualquer tipo de coação ou justificação, sem respeitar o indivíduo ou as instituições não é agir ou defender a democracia mas sim o despotismo. Que eu saiba, o Salazar morreu, o Estado Novo morreu, a PIDE desapareceu e não queremos nem admitimos que voltem, portanto, se continuar-mos a permitir que alguns ajam como déspotas, onde é que vai parar a democracia?
E é este o espírito democrático que temos, suspende-se a democracia quando dá jeito, o pior é se ela é suspendida de vez, como parece estar a acontecer. Uma vez agora, outra vez no que interessa, outra vez porque tem que ser e ...
Dá-lhe...
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