segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Jose Carlos Ary dos Santos

(...) Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade. (...)


Se fosse vivo, faria hoje 73 anos, aquele a quem chamam o poeta de Abril.
Existe sempre uma certa tendência de procurar na apologia das recordações e do passado, as justificações dos fracassos e das vitórias do presente. É neles, também, que depositamos as nossas esperanças, alimentamos os nossos sonhos ou imaginamos o nosso futuro.
As palavras que nos legou, são a apologia do nosso passado, do presente e podem ser a semente da nossa esperança, basta ler Ary...

Aqui fica uma pequena homenagem

Nona Sinfonia

É por dentro de um homem que se ouve
o tom mais alto que tiver a vida
a glória de cantar que tudo move
a força de viver enraivecida.

Num palácio de sons erguem-se as traves
que seguram o tecto da alegria
pedras que são ao mesmo tempo as aves
mais livres que voaram na poesia.

Para o alto se voltam as volutas
hieráticas sagradas impolutas
dos sons que surgem rangem e se somem.

Mas de baixo é que irrompem absolutas
as humanas palavras resolutas.
Por deus não basta. É mais preciso o Homem.

Ary dos Santos, in 'O Sangue das Palavras'

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