Estou convicta que a maioria dos
portugueses, que ainda são contemporâneos do 25 de Abril de 1974, vive hoje a
efeméride, não como o ícone Liberdade, Democracia e Desenvolvimento, mas sim,
como a configuração da maior desilusão e desalento daquilo que foi e se acreditava
que fosse o 25 de Abril à 38 anos.
Poderiam traduzir-se os discursos que
iremos ouvir nesta efeméride, hipócritas e de circunstância, por esta citação
de Almeida Garrett e, aposto, que muitos desses portugueses se sentiriam mais (infelizmente)
identificados pois o seu conteúdo corresponde muito mais à nossa realidade
actual.
“E eu pergunto aos economistas políticos,
aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar
à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infância, à
ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir
um rico?”
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