terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Onde é que eu já vi isto?

"Portugal é hoje um paraíso criminal onde alguns inocentes imbecis se levantam para ir trabalhar, recebendo por isso dinheiro que depois lhes é roubado pelos criminosos e que ajuda a pagar o ordenado aos iluminados que bolçam certas leis."


Barra da Costa

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O dia dos namorados


Hoje é dia dos namorados, dizem! Mas será que é mesmo?
É seguramente mais um costume importado dos Estados Unidos da América, inventado não sei por quem mas que provoca uma euforia pública de significado duvidoso.
Para além do incentivo evidente ao consumismo e lá pelo meio se exaltar também sentimentos de amor e paixão pela pessoa amada, pergunto-me a mim própria se amar alguém é isto. Se amor é... comprar uma prenda, ir jantar fora, é dizer àquele que se ama, amo-te, mas só porque essa é uma data de calendário. Desculpem os seguidores e adeptos do dia dos namorados mas não posso estar mais em discordância. Não que não acredite que muitos daqueles que comemoram este dia não estejam enamorados e não vivam o seu amor todos os dias, mas amar e demonstrar que se ama, não tem que ser algo imposto por uma data nem tem que ser demonstrado através de um qualquer bem material. E é isto que me parece sobrevir destas comemorações de S. Valentim.
Estar com a pessoa amada tem que ser tão fácil e natural como respirar. É entender o outro sem serem necessárias as palavras.
Quando se ama alguém, todos os dias devem ser dia dos namorados e esse sentimento deve ser demonstrado ao outro em pequenos gestos de carinho, em respeito pela individualidade, carácter e opinião um do outro, na vontade de estar junto e de partilhar seja o que for só pelo prazer de estar com a pessoa amada, sorrir e dizer que te amo todas as vezes que se tiver vontade.
Amo-te!
O SORRISO

Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.

Eugénio de Andrade

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um Homem na Cidade

Agarro a madrugada
como se fosse uma criança,
uma roseira entrelaçada,
uma videira de esperança.
Tal qual o corpo da cidade
que manhã cedo ensaia a dança
de quem, por força da vontade,
de trabalhar nunca se cansa.
Vou pela rua desta lua
que no meu Tejo acendo cedo,
vou por Lisboa, maré nua
que desagua no Rossio.
Eu sou o homem da cidade
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.
Vou pela estrada deslumbrada
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresce na vela da canoa.
Sou a gaivota que derrota
tudo o mau tempo no mar alto.
Eu sou o homem que transporta
a maré povo em sobressalto.
E quando agarro a madrugada,
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada,
um malmequer azul na cor,
o malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém,
o malmequer desta cidade
que me quer bem, que me quer bem.
Nas minhas mãos a madrugada
abriu a flor de Abril também,
a flor sem medo perfumada
com o aroma que o mar tem,
flor de Lisboa bem amada
que mal me quis, que me quer bem.

Ary dos Santos

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

... é só amor!



E é este o Presidente de Portugal e de todos os portugueses, eleito de acordo com as normas democráticas mas sobre o qual muitos desses portugueses, quase oito milhões, subscreveriam um programa destes.
Eu juro que não me lembrei de tamanha ousadia, mas lá que adquiria um programa destes, não tenho qualquer dúvida.
... e tenho dito!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Redução do número de Deputados na Assembleia da República

Salvo raras excepções, os deputados da AR estão obrigados à disciplina de voto imposta pelos partidos, portanto estarem 60 deputados a votar ou a estar um, o resultado é idêntico. E se a ideia é que cada deputado exerça o direito de discursar ou defender por palavras diferentes as ideias que os partidos que representam defendem, então, o melhor combate ao desperdício de tempo inútil e ao dinheiro e regalias pagos a muitos dos 230 deputados que não estão ali a fazer nada e apenas a contribuir para o elevados índices de falta de produtividade nacional, é que se reduza ao mínimo possível essas pessoas. Como creio que disse uma vez António José Seguro, até um deputado por partido já chega.
É uma hipocrisia e pura demagogia ouvir alguns elementos dos partidos políticos com assento parlamentar virem para a comunicação social defender que a democraticidade ou representatividade partidária fica posta em causa com a redução de 230 para 180 deputados. Para mim e para muitos dos eleitores, essas pessoas já estão é a antever a perda de “tachos” para os comparsas, isso sim! Pois não podemos esquecer que muitos dos que são eleitos, vêem de listas distritais e que nos lugares elegíveis são lá colocados os amigos, os “afilhados”, os “lambe botas” e uma grande parte daqueles que não tendo outros recursos, quer fazer a sua ascensão sócio-profissional através das amizades políticas. É que nem sequer é pelo trabalho feito ou qualidades profissionais ou outras. E eu sei do que falo.
Já escrevi uma vez numa crónica que para combater a abstenção era necessária uma mudança de atitudes por parte dos partidos políticos e dos políticos e que a redução de deputados na AR seria um primeiro passo para isso. Pois agora em que se impõem restrições económicas a todos os portugueses, ficaria muito bem aos nossos governantes e deputados da Assembleia da República, defenderem esta causa, até porque a Constituição da República Portuguesa já o prevê também.
Uma pergunta se impõe. Então qual é o problema?