domingo, 16 de setembro de 2012

A Troika Portuguesa

Pedro Passos Coelho, apesar de ser o 1º ministro de Portugal e ser um dos elementos da Troika Portuguesa, não é, de todo, o líder. O líder é o ministro das finanças, seguido pelo ministro da economia e depois lá vem o primeiro ministro. Qualquer dos três tem  uma imagem muito distorcida da realidade portuguesa, e quando digo realidade, falo mesmo da sociedade e do povo português.
Além dos dois primeiros nem sequer viverem em Portugal antes de assumir os seus cargos neste governo, conviviam, portanto, com realidades completamente diferentes, o terceiro, o nosso 1º, além de "pau mandado" destes dois (e de outros dentro e fora do governo), pelo que vem na comunicação social, foi estudante até tarde e apenas teve um emprego durante muito pouco tempo antes de se candidatar... e está quase tudo dito.
Estes senhores estão fechados no seu mundinho e nos seus gabinetes, recebem alguns milhares de euros na sua conta bancária todos os meses, mordomias a condizer com os respectivos cargos e estão dotados de grandes conhecimentos teóricos, mas de uma outra realidade, virtual talvez, não da nossa.
Não sabem nem conseguem imaginar o que é viver com os míseros euros que o povo, a maioria da população recebe de vencimento. Não lhes passa "pela cabeça" o tamanho da frustação que é descontar desse vencimento X para a TSU, CGA, IRS e sei lá mais o quê e depois quando se precisa da reforma, tiram-lhe uma "fatia"; quando se precisa de um exame médico ou uma consulta médica, ou paga o exame, ou paga uma taxa moderadora altíssima ou não faz o exame e espera meses antes de conseguir esse exame ou essa consulta...; Quando quer pagar as suas contas e o dinheiro já não chega; quando, se tendo comprado uma casa recorrendo a um empréstimo bancário que até à pouco tempo se conseguia pagar, agora já não consegue e vê a sua casa ser entregue ao banco e fica a viver debaixo da ponte com a família ou a voltar a casa dos pais ; Não fazem ideia do que é estudar ou ver os filhos crescerem e chegar a adultos e não ter emprego; Não imaginam o que é ficar sem emprego, não ter perspectivas de arranjar outro emprego, ficar dependente da "esmola" temporária do fundo de desemprego e depois...depois é uma triste incógnita onde tudo de mau pode acontecer (sentimos, vemos e lemos todos os dias na comunicação social, num familiar, num vizinho).
Falar é muito fácil, se assim não fosse, os políticos em geral e estes em particular não prometiam "mundos e fundos" antes de ser eleitos e depois ter um ataque de amnésia e esquecer tudo o que foi prometido. Só não esquecem o lado da sociedade ligadado ao capital, esses sim, são os intocáveis, como sempre.
Ouvir os discuros que esta "troika" emite publicamente também não é a melhor terapia para a "raiva" e frustação contida e cada vez maior que todos nós portugueses sentimos em crescendo. O pior é sentir que, para além da hipocrisia e das mentiras vergonhosas que "esta gente" ainda têm a "lata" de falar, é sentir que nos tratam como imbecis e mentecaptos.
A grande manifestação realizada ontem, pelo que já pude perceber, não vai arredar esta troika do rumo que traçou para Portugal, o PPC assim o afirmou publicamente na televisão. Tributar os bancos, julgar e obrigar todos os "ladrões"  que roubaram o BPN a devolver o dinheiro que desviaram e que agora nos obrigam a pagar; esclarecer as "negociatas" que envolvem a venda do BPN (por 40 milhões, até parece anedota pois até o Hulk rendeu 40 milhões ao FCP); desvendar como é que alguns enriqueceram de um dia para o outro (antes eram uns" pelintras" agora têm propriedades, grandes contas bancárias aqui e em paraísos fiscais) como por exemplo o Sr Dias Loureiro; responsabilizar pessoas como o governador do BP, o Sr. Vitor Constâncio, que até pouco tempo antes de se saber do BPN, garantia que estava tudo bem; esclarecer bem porque é que o antigo gestor do BPN, Antonio Coelho Marinho, teve direito a uma indemnização milionária - enquanto que o reformados e empregados deste país estão a perder direitos (vencimentos e outros); esclarecer também como é que o Sr. Oliveira e Costa enriqueceu e, enquanto responsável da entidade, obrigar a pagar"pelo menos" uma parte do "buraco" do BPN. Infelizmente, deram-lhe uma grande reforma e deixaram que o divorcio fictício, deixasse os bens na mão da ex mulher.
São muitos os exemplos de mau funcionamento da justiça, das injustiças e dos "roubos" públicos, fraude fiscal e corrupção, uma grande parte deles directamente relacionados com o BPN - durante e após venda - e com gente ligada à BPN (que continua impune e a ocupar cargos públicos ou em grandes empresas privadas antes) que só estes, contribuiram em muito para o descalabro das nossas contas públicas.
Outra "história" mal contada é a dos empréstimos dos Bancos e dos portugueses, que vivem acima das posses porque compraram casa e carrro recorrendo a empréstimos bancários. Ao contrário do que nos querem fazer crer, os Bancos cobravam juros muito mais elevados aos clientes e pelos empréstimos do que os juros que pagavam pelo dinheiro que compravam ao exterior, a provar isto são os lucros que eram e continuam a ser estrondosos todos os anos, apesar da crise. Quanto aos que compraram casa e carro, apenas uma parte das pessoas que fizeram esse tipo de empréstimo não estava a conseguir pagar as prestações, a maioria conseguia ter as suas contas em dia, contráriamente ao que presentemente aconteçe. E quando oiço o Senhor primeiro ministro a dizer que todos temos que pagar, custe o que custar, porque vivemos acima das nossas possibilidades, só corroboro o que acima afirmei, esta "gente" não tem a mínima ideia do país real e é uma injustiça aquilo que nos andam a fazer deixando de fora todos aqueles que realmente levaram o país ao estado a que chegou. Esta "troika" está a ser o coveiro de Portugal, estão a vender o país ao desbarato, tudo o que é nosso e faz parte da nossa identidade incluindo a nossa dignidade.
Eu sempre paguei as minhas dívidas e acredito que o país deve pagar o que deve, mas para isso, obriguem os maiores contribuidores a pagar a sua parte. Ir pelo caminho mais rápido através do elo mais fraco é inqualificável.
Se vão ao estrangeiro buscar tantas "más" ideias, vão também buscar as boas, a França, por exemplo.
Mas com tanto "boys", gente mal formada e licenciados de "meia tijela" neste governo, não podemos esperar nada de bom, portanto, resta irem embora antes que acabem com o resto.
RUA!!!