A saudade é
estando longe, sentir vontade de voar; e
estando perto, querer parar o tempo.
"Luiz Gonzaga Pinheiro"
domingo, 20 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
José Saramago
Em 30-06-2009 escrevi sobre José Saramago neste blog e hoje, o dia da sua morte, não posso deixar de o recordar mais uma vez pois, para mim, ele é um dos melhores autores em língua portuguesa que já li.
Tal como acontece com quase todos aqueles que morrem, é depois da sua morte que são exaltadas todas as qualidades e milagrosamente "esquecidas" as outras, as menos boas. Já se começou a verificar isto relativamente a José Saramago. Hoje, na comunicação social portuguesa, aquela a que tive acesso, já vi e ouvi muitos comentários, notas informativas, pequenas passagens de reportagem, algumas com vários anos, relembrando a obra e pormenores da vida do autor, o que é normal nestas situações. Mas o que me incomodou, enquanto leitora, foi ouvir a nota de condolências, enviada por Cavaco Silva, o Sr. Presidente da República Portuguesa, à família de Saramago. Par-a-par foi noticiado o motivo pelo qual Saramago "desertou" para a Ilha de Lanzarote em Espanha em 1991, a nota de condolências do Sr.Presidente e as afirmações proferidas por Sousa Lara, o antigo subsecretário de estado da cultura no mandato de Cavaco Silva, enquanto primeiro ministro. Foi por estes e outros senhores e pela sua "afectada" moral, que José Saramago, foi impedido de concorrer com o seu livro, "O Evangelho segundo Jesus Cristo", a uma prémio Europeu de Literatura. Para um leitor, ler uma boa obra de um autor não faz qualquer diferença se ela foi ou não premiada, mas para o próprio autor e para a sua carreira, prestígio e reconhecimento público, faz toda a diferença!
Portanto, tudo o que estes senhores falem agora, soa a falso e a hipocrisia. As pessoas, sejam elas quem for, têm que ser reconhecidas, premiadas, prestigiadas, amadas, enquanto estão neste mundo, vivas!!! Depois disso...pouco mais interessa.
Saramago enriqueceu a vida cultural e literária de Portugal e da língua portuguesa que agora, com a sua morte, ficou efectvamente mais pobre.
Realizou-se no dia 25 de Junho, no Tiara Park Atlantic Hotel, a apresentação do mais recente livro de José Saramago “O Caderno”. Este livro, não é mais do que a compilação dos textos escritos, durante 6 meses, por Saramago no seu blog http://blog.josesaramago.org/ .
Tal como acontece com quase todos aqueles que morrem, é depois da sua morte que são exaltadas todas as qualidades e milagrosamente "esquecidas" as outras, as menos boas. Já se começou a verificar isto relativamente a José Saramago. Hoje, na comunicação social portuguesa, aquela a que tive acesso, já vi e ouvi muitos comentários, notas informativas, pequenas passagens de reportagem, algumas com vários anos, relembrando a obra e pormenores da vida do autor, o que é normal nestas situações. Mas o que me incomodou, enquanto leitora, foi ouvir a nota de condolências, enviada por Cavaco Silva, o Sr. Presidente da República Portuguesa, à família de Saramago. Par-a-par foi noticiado o motivo pelo qual Saramago "desertou" para a Ilha de Lanzarote em Espanha em 1991, a nota de condolências do Sr.Presidente e as afirmações proferidas por Sousa Lara, o antigo subsecretário de estado da cultura no mandato de Cavaco Silva, enquanto primeiro ministro. Foi por estes e outros senhores e pela sua "afectada" moral, que José Saramago, foi impedido de concorrer com o seu livro, "O Evangelho segundo Jesus Cristo", a uma prémio Europeu de Literatura. Para um leitor, ler uma boa obra de um autor não faz qualquer diferença se ela foi ou não premiada, mas para o próprio autor e para a sua carreira, prestígio e reconhecimento público, faz toda a diferença!
Portanto, tudo o que estes senhores falem agora, soa a falso e a hipocrisia. As pessoas, sejam elas quem for, têm que ser reconhecidas, premiadas, prestigiadas, amadas, enquanto estão neste mundo, vivas!!! Depois disso...pouco mais interessa.
Saramago enriqueceu a vida cultural e literária de Portugal e da língua portuguesa que agora, com a sua morte, ficou efectvamente mais pobre.
Realizou-se no dia 25 de Junho, no Tiara Park Atlantic Hotel, a apresentação do mais recente livro de José Saramago “O Caderno”. Este livro, não é mais do que a compilação dos textos escritos, durante 6 meses, por Saramago no seu blog http://blog.josesaramago.org/ .
Em resposta a uma jornalista presente, sobre se fazia sentido publicar em livro e, consequentemente, cobrar por algo que estava disponível gratuitamente no blog, Saramago respondeu que fazia todo o sentido sim, porque, além de já te terem esgotado duas edições até ao momento, existem pessoas que preferem ter o livro em casa, na estante, ao lado de outros livros do autor. Pilar, a sua mulher, acrescentou também, que todo o dinheiro proveniente da venda do livro se destinava à fundação José Saramago.
Foram cerca de duas horas bem dispostas, em que o autor falou acerca do blog, ironizou sobre “isto de ser bloguista”, de alguns temas da actualidade, respondeu a perguntas chegadas via internet outras colocadas directamente pelas pessoas presentes na sala.
Foram cerca de duas horas bem dispostas, em que o autor falou acerca do blog, ironizou sobre “isto de ser bloguista”, de alguns temas da actualidade, respondeu a perguntas chegadas via internet outras colocadas directamente pelas pessoas presentes na sala.
Sem surpresa, consolidei a minha opinião sobre este autor e não mudo nem uma palavra do escrevi um dia acerca dele a propósito do livro “O Memorial do Convento” (…) sem hipocrisia, mas com ironia, humor, uma pitada de amor e imaginação, existe alguém escreve o que pensa e pensa o que escreve. (…)
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